EUA retomam sanções à Venezuela após barrar candidatura presidencial. Brasil busca distensionar a situação e estimular a democracia no país vizinho.
O governo brasileiro está buscando alternativas para amenizar as consequências das recentes sanções impostas pelos Estados Unidos à Venezuela. As negociações têm como objetivo aliviar as tensões entre os dois países e encontrar soluções diplomáticas para a situação.
Além disso, o Brasil também está buscando formas de mitigar os impactos dos bloqueios econômicos à Venezuela, visando minimizar os efeitos colaterais das medidas restritivas. A recente decisão da Suprema Corte venezuelana de vetar a candidatura presidencial da opositora Maria Corina Machado também tem gerado preocupações e enfrentado críticas internacionais.
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Brasil medeia conversas para distensionar a situação na Venezuela
Segundo informações de diplomatas e fontes do Planalto, as negociações estão em andamento com Caracas e Washington, mas ainda de maneira ‘exploratória’. Na opinião de uma fonte que falou à GloboNews em privado, trata-se de um complicado processo de negociação que demanda tempo. O Brasil é um dos países que estão mediando as discussões para estimular a democracia na Venezuela, mesmo sem condenar o regime de Maduro.
O veto à opositora do governo venezuelano vem sendo discutido, embora não haja declaração oficial a respeito. Diferentemente de nações como Argentina, Uruguai, Paraguai e Equador, o governo brasileiro admite em off que a atitude de Maduro representa um ‘retrocesso’ em relação ao que foi previamente acordado e discutido em encontros nos últimos meses.
Em um encontro em Barbados, em outubro do ano passado, o governo venezuelano fechou acordo com a oposição para a realização de eleições presidenciais justas e livres em 2024. O chamado ‘Acordo de Barbados’, intermediado pela Noruega e com a participação, entre outros países, do Brasil e dos Estados Unidos, tentou estimular o processo democrático na Venezuela.
No poder desde 2013, Nicolás Maduro se reelegeu em 2018, após vetar a participação de seus principais rivais na eleição. A ONU se negou a enviar observadores internacionais e a oposição denunciou fraude e compra de votos. Grande parte da comunidade internacional considerou a eleição de Maduro ilegítima.
Sanções e bloqueios econômicos: Declarações do presidente Lula
No ano passado, Lula criticou publicamente as sanções aplicadas ao regime ditatorial de Maduro e afirmou que os bloqueios econômicos são piores que a guerra. Na ocasião, o presidente brasileiro se reuniu em Brasília com Nicolás Maduro, em um encontro fechado.
Em um de seus discursos, Lula defendeu o presidente venezuelano, argumentando que as acusações de que a Venezuela é uma ditadura são parte de uma ‘narrativa’. Essa declaração não repercutiu bem entre os presentes no encontro de presidentes. Mais tarde, em junho, em entrevista à Rádio Gaúcha, Lula comentou novamente sobre o regime de Maduro, afirmando que o conceito de democracia ‘é relativo’.
Em seguida, Lula suavizou o tom e afirmou gostar da democracia. ‘A gente gosta de democracia, a gente gosta de ter gente protestando contra a gente, a gente gosta quando tem greve, a gente gosta quando negocia. Nada disso é contra a democracia’, Lula acrescentou.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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