Vida Veg visa faturar R$300mi em 3 anos com dieta vegana, laticínios plant-based, Vida Coffee e livro Negócios com Propósito.
Quando se fala em culinária mineira, logo vem à mente a riqueza de sabores e a tradição dos pratos típicos. No entanto, para os adeptos do estilo de vida vegano, a adaptação pode ser um desafio. Em Minas Gerais, famoso por seus queijos e doces de leite, encontrar opções veganas pode ser um pouco mais complicado, mas não impossível. O estado tem se aberto para a culinária vegana, com opções de restaurantes e lanchonetes que oferecem pratos sem nenhum tipo de ingrediente de origem animal, atendendo assim a demanda crescente por alternativas mais saudáveis e sustentáveis.
O movimento vegano tem ganhado cada vez mais força em Minas Gerais, refletindo a tendência mundial de busca por uma alimentação mais consciente e livre de crueldade animal. O veganismo se tornou um estilo de vida para muitas pessoas que buscam não só uma alimentação saudável, mas também uma maneira de contribuir para a preservação do meio ambiente. Com isso, muitos estabelecimentos têm se adaptado para atender a essa demanda, oferecendo opções veganas em seus cardápios e promovendo a conscientização sobre as vantagens de uma dieta vegana para a saúde e para o planeta.
A trajetória empreendedora vegana de Marcos Rodrigues
A marca é dona de um portfólio variado de 40 produtos, incluindo uma linha completa de queijos, iogurtes, manteigas, creme de leite e leite vegetal. Em 2023, alcançou um faturamento expressivo de 100 milhões de reais, representando um crescimento significativo de 80% em relação a 2022. A perspectiva para os próximos três anos é ambiciosa, com planos de atingir a marca dos 300 milhões.
O despertar para o veganismo e a jornada empreendedora vegana
O interesse de Marcos Rodrigues pelo universo vegano surgiu anos antes, sendo tema do seu trabalho final de mestrado na Universidade Federal de Lavras. Seu envolvimento com uma ONG de proteção animal em 2010 proporcionou o contato com pessoas veganas e vegetarianas, influenciando sua opção por analisar o comportamento desse perfil de consumidor.
O empreendedor compartilha: ‘Nesta época, eu estava tentando ser vegano e não encontrava produtos que imitassem laticínios ou leite vegetal. Com a pesquisa, percebi que essa dificuldade não era apenas minha, mas de muitas pessoas’.
Sem experiência e recursos financeiros, Marcos adiou a ideia de negócio e buscou emprego, mas o veganismo nunca deixou de fazer parte de sua vida. A vontade de empreender na área ficou adormecida até 2015, quando decidiu largar o emprego no interior de São Paulo, retornar para Lavras e fundar a Vida Veg ao lado de Álvaro Gazolla, amigo de infância e engenheiro de alimentos.
Expansão da Vida Veg e o mercado vegano
O início da Vida Veg se deu em um antigo laticínio na zona rural da cidade, onde Marcos e Álvaro iniciaram a jornada empreendedora desenvolvendo os primeiros produtos, como iogurtes e queijos à base de castanhas de caju e coco. Esses alimentos continuam sendo os pilares do portfólio, que também inclui manteiga, cremes e leites veganos.
O crescimento da Vida Veg foi gradual e dependente de processos manuais até 2019, quando a chegada de dois novos sócios, Arlindo Curzi e Iago Mazochi, trouxe mais recursos financeiros, possibilitando à empresa quitar dívidas e construir uma nova fábrica na parte industrial da cidade.
A empresa investiu cerca de 10 milhões de reais para ampliar a fábrica, que possui uma estrutura de 5.000 metros quadrados e capacidade para produzir 1.000 toneladas por mês, superando a demanda atual de 300 toneladas.
Cenário do mercado de laticínios plant-based e estratégias da Vida Veg
O setor de laticínios plant-based está em constante crescimento, conforme dados da Euromonitor que estimam um mercado de R$ 647,7 milhões em 2023, com projeção de alcançar mais de R$ 1 bilhão até 2028. A Vida Veg, por ter chegado antes ao mercado e conquistado espaço em grandes varejistas, está em uma posição vantajosa para aproveitar esse crescimento.
A empresa está presente em mais de 6.000 pontos de venda e pretende expandir para 10.000 nos próximos anos, encontrando oportunidades de crescimento principalmente no segmento de leite vegetal, no qual investiu 1 milhão de reais em novos maquinários para aprimorar o produto.
Além disso, a Vida Veg está apostando no Vida Coffee, uma bebida energética inspirada em uma viagem de Marcos Rodrigues à Austrália. O empreendedor também está prestes a lançar o livro ‘Negócios com Propósito’ em março, compartilhando sua experiência empreendedora vegana e promovendo o impacto social e ambiental.
Fonte: © Exame.
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