2023: repercussão da Selic, sinalizações de afrouxamento, desinflação, repique nas cotações e contratos convenientes.
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) O dólar fechou em alta nesta quinta-feira (1º), após uma série de decisões que impactaram a economia global. A incerteza sobre o rumo do mercado de câmbio tem levado a volatilidade da moeda nas últimas semanas, com investidores repercutindo as notícias em busca de oportunidades.
Os especialistas apontam que as oscilações no valor do dólar estão relacionadas a uma série de fatores internos e externos, incluindo a tensão comercial entre China e Estados Unidos, o andamento das reformas econômicas no Brasil e as expectativas de queda nos juros americanos. A busca por segurança tem impulsionado o dinheiro para outros ativos, deixando o mercado de câmbio em alerta. É importante acompanhar de perto as movimentações do dólar e suas possíveis repercussões na economia global.
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Ajustes do Copom e decisões do Federal Reserve
Por aqui, o Banco Central (BC) anunciou a tão esperada redução da Selic em 0,5 ponto percentual, fixando-a em 11,25%, algo que estava em grande parte precificado pelo mercado. Nos Estados Unidos, o Federal Reserve manteve a taxa estável dentro do intervalo entre 5,25% e 5,5%, como antecipado pelos analistas.
Às 9h12, a moeda norte-americana estava em alta de 0,57%, sendo cotada a R$ 4,9664, repercutindo principalmente as decisões das políticas monetárias. A Bolsa, por sua vez, terminou o dia anterior em ascensão, alcançando 127.752,31 pontos, um acréscimo de 0,28%. Enquanto o dólar encerrou o dia com uma ligeira queda de 0,19%, atingindo R$ 4,935, sem sofrer grande impacto com a decisão do BC brasileiro, que promoveu o corte após o fechamento do mercado.
Decisões do Comitê de Política Monetária e perspectivas dos formuladores de política monetária do Fed
O Copom brasileiro vem optando por uma redução sequencial dos juros e já havia deixado claro em sua última reunião, no ano passado, que a cadência atual é a mais apropriada para promover a desinflação. Os analistas já esperavam este novo corte, considerando os índices de inflação que vinham sendo divulgados.
Do outro lado, nos Estados Unidos, os investidores observam atentamente as sinalizações do Federal Reserve, a fim de projetar quando o ciclo de afrouxamento dos juros pode começar, seja em março ou maio. No comunicado, o Fed não indica a iminência de um corte nos juros, condicionando-o à aquisição de maior confiança na sustentabilidade do movimento de alta da inflação em direção à meta de 2%.
Previsões sobre o ritmo de redução da taxa de juros e impactos nas decisões do mercado
Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, avalia que as indicações empurram o início afrouxamento para maio, destacando a necessidade de maior confiança na consecução da meta de inflação. Segundo Gala, os dados econômicos e de mercado de trabalho dos EUA apoiam a posição do Fed, que se mostra resistente a arriscar um corte nos juros que possa gerar um repique na inflação.
Por outro lado, Alexandre Espírito Santo, economista-chefe da Way Investimentos, classifica como ‘audaciosa’ a expectativa de um corte em maio, enfatizando a necessidade de o Fed manter-se alerta à incerteza e à inflação. Assim como fez na semana passada Chris Waller, importante membro do Fed, ao descartar a possibilidade de corte nos juros em março, segundo Santo.
Cenário para a Bolsa e o dólar após as sinalizações do Fed
Depois do comunicado do Fed, a Bolsa registrou ganhos que atingiram quase 1,60%. Posteriormente, houve uma perda de força no fim do dia, encerrando com alta de 0,28%, aos 127.752,31 pontos. O dólar também oscilou, fechando em baixa de 0,19%, negociado a R$ 4,935, em meio à disputa dos investidores pela composição da Ptax de final de mês.
A Ptax é uma taxa de câmbio utilizada pelo BC como referência para a liquidação de contratos futuros e os agentes financeiros costumam atuar para direcioná-la em seus interesses, tanto para cima quanto para baixo. Ao final, a Ptax foi fixada em R$ 4,953 para venda. Em janeiro, o dólar acumulou alta de 1,79% e a Bolsa, queda de 4,79%.
Fonte: © Jornal De Brasília
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