Em agosto de 2023, a Bolsa encerrou sua penúltima sessão com recuo no índice, impactando as expectativas de crescimento econômico. Análise trimestral averiguando comportamento dos indicadores.
O mercado reagiu de forma negativa à decisão do Copom de manter a taxa Selic em 2% ao ano, em linha com a expectativa da maioria dos analistas. Com isso, o Copom sinaliza que a política de juros ultra baixos será mantida por mais tempo, em meio ao ambiente de incertezas causado pela pandemia e seus desdobramentos na economia.
O Comitê de Política Monetária afirmou que a manutenção da Selic em patamar historicamente baixo se faz necessária para garantir a recuperação econômica e o controle da inflação. A decisão do Copom reafirma a postura de manter os estímulos monetários enquanto perdurarem os impactos da crise, dando suporte ao mercado financeiro e às atividades produtivas.
Copom recua Ibovespa 0,86%, aguardando decisões de juros nos EUA e no Brasil
Se vier a superar amanhã o revés de agosto, pode ser o maior recuo para o índice desde fevereiro de 2023, quando havia cedido 7,49%. Hoje, o índice oscilou dos 127.104,69 aos 128.492,38 pontos, encerrando a sessão em baixa de 0,86%, aos 127.401,81 pontos, com giro financeiro a R$ 21,8 bilhões, um pouco mais alto do que nas últimas sessões.
Copom: expectativa nas oscilações da Bolsa
Na semana, o Ibovespa recua 1,21% e, no mês, cai 5,06%. Nesta terça-feira, a referência da B3 contou com apoio de poucos papéis entre as blue chips, em especial Santander (Unit +1,00%) – o banco abre a temporada de balanços trimestrais no Brasil, nesta semana.
Petrobras e Suzano impulsionam recuo do Ibovespa
Petrobras, que sustentava leves ganhos mais cedo em dia positivo para o Brent e o WTI, perdeu força e fechou em baixa de 0,45% (ON) e 0,62% (PN). Na ponta do índice, destaque para Suzano (+2,56%), Carrefour (+2,51%) e Embraer (+2,46%).
Copom e questão fiscal afetam mercado, diz especialista da Veedha Investimentos
Em véspera de decisão sobre juros do Federal Reserve, nos EUA, e do Copom, no Brasil, o dia foi de espera na Bolsa – que segue em realização de lucros, muito por conta da questão fiscal, com o rombo nas contas públicas no ano passado de R$ 230,5 bilhões deixando o mercado ainda um pouco desconfortável’, diz Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos. O Bank of America (BofA) avalia que a Vale reportou, ontem à noite, números de produção de minério de ferro ‘fortes’ no quarto trimestre de 2023.
Expectativas do Copom e oscilações no mercado de câmbio
Para outro grande banco americano, o Goldman Sachs, os números vieram essencialmente em linha com o esperado – o que embasaria a reação neutra do mercado aos dados de produção e vendas do trimestre.
Repercussões no mercado brasileiro em relação à economia chinesa
Em relação à China, Luis Stuhlberger, sócio-fundador da Verde Asset Management, avalia que o país asiático exportará deflação para o mundo todo. ‘A China vai se convencer de que o menor dos males é desvalorizar a própria moeda’, disse Stuhlberger em evento do UBS nesta terça-feira.
Implicações do Copom para a Vale e a economia chinesa
Na B3, ‘além das questões sobre sucessão na mineradora, China é naturalmente o nome do jogo para Vale, que está com valuation atrativo – mas sofre com a incerteza, a falta de clareza sobre o ritmo da economia chinesa, o que dificulta a volta ao papel nesse momento’, diz Naio Ino, gestor de renda variável na Western Asset. ‘O que fizemos foi cumprir recomendação do TCU Tribunal de Contas da União’, disse Renan Filho.
Impactos do Copom e perspectivas para a política monetária
A agenda do dia teve os dados do Caged de dezembro. O fechamento líquido de 430.159 vagas foi acima da mediana das estimativas, de 370 mil postos. O resultado de 2023, criação de 1.444,786, também veio pior do que o consenso (1.538.250).
Fonte: © Jornal De Brasília
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