Decisão do STJ nega candidatura presidencial e ameaça Acordo de Barbados. A oposição se pronuncia, alegando impasse político.
O presidente Maduro mostrou mais uma vez o seu controle sobre o regime ao tomar medidas para eliminar a oposição nas próximas eleições presidenciais. A decisão de impedir María Corina Machado de concorrer reforça o poder absoluto do líder venezuelano.
A estratégia de Nicolás Maduro para manter-se no poder é cada vez mais evidente, demonstrando total domínio sobre o regime e as eleições presidenciais. A impossibilidade de María Corina Machado concorrer mostra a determinação do presidente em permanecer no poder a todo custo.
Oposição e inabilitação no caminho de Maduro
Ela e o ex-governador Henrique Capriles foram inabilitados para ocupar cargos públicos por 15 anos, numa decisão do Supremo Tribunal de Justiça, alinhado ao regime venezuelano. A sentença não surpreende, por ter sido aplicada anteriormente para afastar opositores do caminho do chavismo, mas desta vez as circunstâncias são diferentes.
A oposição e o Acordo de Barbados
A participação da oposição nas eleições era o fio condutor do Acordo de Barbados, assinado em outubro passado entre governo e a Plataforma Unitária, sob a mediação da Noruega e observação de outros países como EUA e Brasil.
Avanços e prisões no cenário político da Venezuela
Etapas como a libertação de prisioneiros foram cumpridas, entre eles o empresário colombiano Alex Saab, aliado do presidente e detido em 2020 nos EUA por suspeita de lavagem de dinheiro.
EUA ameaça sanções e a reação de María Corina Machado
Numa primeira reação à sentença de inabilitação da candidata, o governo americano prometeu revisar a política de sanções contra a Venezuela, sinalizando claramente que o mecanismo que resultou em alívio econômico para o país será revertido. María Corina Machado, que lidera com vantagem a disputa contra Maduro, assegurou que continuará a campanha até o final.
Maduro e sua estratégia para as eleições
‘O regime decidiu acabar com o Acordo de Barbados, mas não acaba com a nossa luta pela conquista da democracia através de eleições livres e limpas. Maduro e seu sistema criminoso escolheram o pior caminho para eles: eleições fraudulentas’, atestou a candidata pela rede social X. O impasse eleva a já conturbada tensão política no país.
Impasse político e prisões na Venezuela
Na semana passada, o governo prendeu 36 pessoas, sob a acusação de conspiração para matar Maduro. ‘Os Acordos de Barbados estão feridos mortalmente, declaro que eles estão em terapia intensiva. Eles foram apunhalados, chutados’, afirmou o presidente, em pronunciamento após as prisões. Regime e opositores concordam que o pacto firmado em Barbados ruiu, mas cobrem de incertezas os próximos passos.
Machado fora da corrida eleitoral e as especulações sobre seu substituto
Maduro tem o controle das instituições, mas é rechaçado por 80% dos venezuelanos, segundo as pesquisas. Sem o nome de Machado na cédula, as especulações recaem sobre um substituto na oposição ao presidente, há uma década no poder. O nome do atual governador de Zulia, Manuel Rosales, que concorreu às presidenciais em 2006 e foi derrotado por Hugo Chávez, é o mais cotado.
A importância da participação da oposição nas eleições presidenciais
Ele se apressou a classificar como indesculpável a inabilitação da candidata, que ganhou as primárias de outubro com mais de 90% dos votos. Conforme observou o cientista político Luis Vicente León, a oposição não pode cometer novamente o erro de boicotar o pleito.
Erro da oposição e as manobras de Maduro
‘Se quiser participar da eleição, tende a procurar um mecanismo de substituição de candidato no qual María Corina Machado participe como parte fundamental dessa negociação. Sem ela, a derrota da oposição está cantada’, acredita Vicente, diretor do instituto Datanálisis. Entre as manobras mais manjadas de Maduro para aferrar ao poder, está a de conseguir dividir os opositores.
Considerações Finais
A dúvida é se agora cairão nesta armadilha.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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