Encerramento do programa de benefícios da Starbucks no Brasil, devido à reestruturação e crise econômica.
A rede de cafeterias Starbucks encerrou nesta quarta-feira, 31, o seu aplicativo e programa de benefícios no Brasil. A decisão surpreendeu os consumidores que utilizavam o app para acumular pontos e trocar por produtos.
Com a descontinuação do aplicativo, a Starbucks pretende focar em melhorar a experiência dos clientes em suas lojas de varejo. A empresa está buscando novas estratégias para fidelizar os clientes e manter o padrão de qualidade que a consagrou no mercado de café.
Starbucks em crise da SouthRock em recuperação judicial
O encerramento desses dois serviços é mais um capítulo na crise da SouthRock, empresa que opera a rede de cafeterias no Brasil e que está em recuperação judicial desde dezembro do ano passado com uma dívida estimada de 1,8 bilhão de reais.Até jan/2024,o foco é a reestruturação. Com o fim dessas atividades, voltaram a circular na internet especulações sobre o fechamento ou não das lojas, espalhadas em diversos Estados.Em nota enviada à EXAME nesta semana, a SouthRock deixa claro que o fim do aplicativo e do programa de benefícios não afeta o funcionamento das lojas.
Decisão estratégica da SouthRock: impactos internos e externos
A SouthRock reitera seu compromisso com seus clientes e afirma que a descontinuação dos programas respeita os Termos e Condições estabelecidos, assim como todas as determinações legais’.A Starbucks no Brasil faz parte do grupo SouthRock. A crise decorrente da pandemia, inflação e juros altos agravam os desafios do negócio.A relação de credores com os bancos mostra importância e desafios.’Neste cenário, a SouthRock segue comprometida a defender a sua missão e seus valores, enquanto entra em uma nova fase de desafios, que exige a reestruturação de seus negócios para continuar protegendo as marcas das quais tem orgulho de representar no Brasil, os seus Partners [colaboradores], consumidores e as operações de suas lojas’, disse em nota
Desafio:Reestruturação empresarial
Os credores estão divididos entre as empresas do grupo que entraram no processo de reestruturação, como a Starbucks e a Brazil Airport Restaurantes.Na relação de credores, indústrias de alimentos, bancos e gráficas estão incluídas.A relação, de 153 páginas, demonstra uma situação comum para empresas de varejo e serviços, como é o caso da Eataly e da Starbucks: há centenas de credores, cada um com uma cobrança relativamente pequena para a companhia.Há cerca de R$ 76 milhões só com o Banco do Brasil via Starbucks.
Desafios futuros: Operações remanescentes e direitos de uso da marca Starbucks
No consolidado da SouthRock, as dívidas com o Banco do Brasil estão em R$ 311 milhões. Com a securitizadora Travessia são outros R$ 469 milhões em dívidas.Ao todo, são 144 operações remanescentes da Starbucks do Brasil, que seguem funcionando, apesar de 43 fechamentos.
No pedido de recuperação judicial, a SouthRock também explicou que a Starbucks Coffe International, dona global da operação, encaminhou um documento à brasileira rescindindo os direitos de uso da marca em razão de inadimplência.A SouthRock, porém, tenta reverter a decisão na Justiça.’Os acordos de licença Starbucks tidos por rescindidos são justamente os instrumentos pelos quais foi garantido aos requerentes o direito de exploração e operação das lojas de varejo da marca Starbucks no Brasil’, diz o documento. Isso porque a manutenção das atividades são ‘absolutamente essenciais’ para viabilizar a reestruturação do passivo.
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Fonte: © Exame.
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