Apenas 10,5% das pessoas analisadas apresentaram saúde cardiovascular considerada ótima, segundo pesquisa com quase 13 mil participantes.
A satisfação com a vida é um fator determinante para a saúde do coração, e um alto nível de satisfação dela pode contribuir para uma vida mais longa e saudável. O oposto disso, ou seja, a insatisfação, pode aumentar o risco de mortalidade precoce em qualquer circunstância.
Além disso, a felicidade e a realização pessoal estão diretamente relacionadas à qualidade de vida e ao bem-estar geral. Portanto, buscar a satisfação com a vida não só contribui para a saúde do coração, como também para uma vida mais plena e feliz.
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Avaliação da Satisfação com a Vida na Saúde Cardiovascular
De acordo com um estudo realizado na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que analisou dados de quase 13 mil participantes do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA Brasil), a satisfação com a vida pode ter um papel significativo na saúde cardiovascular e no bem-estar geral dos indivíduos. A pesquisa, liderada por Aline Eliane dos Santos, doutoranda em Saúde Pública na UFMG, constatou que informações sobre os níveis de satisfação com a vida foram coletadas e analisadas por meio da Escala de Satisfação com a Vida (SWLS), que é amplamente utilizada em estudos de bem-estar, qualidade de vida e felicidade.
Análise dos Resultados da Escala de Satisfação com a Vida
Os participantes do estudo apresentaram uma pontuação média de 26,7 na Escala de Satisfação com a Vida, que varia de 5 a 35 pontos. Cada participante respondeu a cinco afirmativas, como ‘Estou satisfeito com a minha vida’, e atribuiu uma pontuação de 1 a 7 para cada uma delas. A satisfação com a vida é uma avaliação subjetiva que considera diversos aspectos da vida de um indivíduo, incluindo família, trabalho, saúde e renda. Segundo Santos, o conceito de satisfação com a vida é altamente personalizado e reflete as metas individuais de cada pessoa.
Influência da Satisfação com a Vida na Saúde Cardiovascular
Os resultados do estudo demonstraram uma associação entre os níveis de satisfação com a vida e a classificação da saúde cardiovascular. Os participantes com maior satisfação com a vida apresentaram maior probabilidade de ter um nível intermediário ou ótimo de saúde cardiovascular. Esse achado pode ser atribuído a importantes fatores biológicos e comportamentais que influenciam tanto a satisfação com a vida quanto a saúde cardiovascular.
Impacto Biológico e Comportamental na Satisfação com a Vida
O estudo considerou fatores biológicos, como glicemia de jejum, pressão sanguínea e colesterol total, bem como fatores comportamentais, incluindo atividade física, alimentação saudável, tabagismo e índice de massa corporal. A pesquisadora Santos observou que maior satisfação com a vida pode amortecer os efeitos negativos do estresse diário e motivar indivíduos a adotar comportamentos mais saudáveis, como dieta equilibrada e prática de exercícios físicos.
Relação entre Saúde Mental e Saúde Cardiovascular
O estudo realizado pela UFMG também destaca a importância da saúde mental na saúde cardiovascular. Fatores psicossociais, como ansiedade, depressão, pensamentos negativos e falta de propósito de vida, foram identificados como influenciadores significativos do risco cardiovascular. O cardiologista Marcelo Katz ressaltou a necessidade de que as pessoas estejam satisfeitas com suas vidas para alcançarem uma melhor saúde cardiovascular.
Engajamento do Paciente na Promoção da Saúde
Katz enfatizou que o engajamento em saúde e um estilo de vida saudável são fundamentais para a redução do risco cardiovascular. Seguir uma abordagem voltada para a construção de uma vida mais saudável pode resultar em maior satisfação e melhor prognóstico para os pacientes. O estudo ressalta o papel da satisfação com a vida na prevenção primária e na promoção de um bem-estar integral, integrando a ciência comportamental com a saúde cardiovascular.
Fonte: © CNN Brasil
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