Uma vacina já no SUS, outra Takeda com 79,6% de eficácia, aguarda aprovação da Anvisa.
Vacinação é fundamental para prevenir diversas doenças, incluindo a dengue. No Brasil, o SUS distribui a vacina Qdenga, desenvolvida pela Takeda. É importante garantir a imunização da população para evitar surtos e epidemias.
O imunizante da Takeda, Qdenga, é uma importante ferramenta na prevenção da dengue, uma doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. A vacinação é a principal estratégia para proteger a população e controlar a propagação do vírus. É crucial conscientizar as pessoas sobre a importância da imunização.
Vacinação contra a dengue ganha destaque com novo imunizante no Brasil
No entanto, uma nova vacina, desenvolvida pelo Instituto Butantan, está em fase final de estudos e está prometida para entrar no SUS em 2025, caso seja aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).A Qdenga recebeu o aval da agência reguladora em março de 2023 e foi incorporada ao sistema público universal em dezembro do mesmo ano.
Já o imunizante em desenvolvimento pelo Butantan tem sido estudado há 15 anos, com a fase 1 de testes clínicos sendo feita entre 2010 e 2012, e a fase 2, em 2013 e 2015. Em 2018, o instituto firmou uma parceria com a farmacêutica MSD para acelerar o desenvolvimento da vacina. Os resultados dos testes clínicos de fase 3 foram divulgados na última quarta-feira (31).
Confira, a seguir, as principais diferenças e semelhanças entre os dois imunizantes.A Qdenga é uma vacina desenvolvida pela farmacêutica japonesa Takeda e é feita com o vírus da dengue atenuado. Isso significa que o imunizante contém o vírus vivo, mas enfraquecido em laboratório, o que o torna seguro para ser aplicado sem causar a doença.
O vírus atenuado estimula o sistema imunológico a produzir células e anticorpos específicos para proteger a pessoa infectada.A vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan também é composta pelo vírus atenuado. O seu principal diferencial é sua composição: esse imunizante contém os quatro tipos do vírus da dengue em versões enfraquecidas.
A Qdenga, por outro lado, é feita apenas com o subtipo DEV-2 atenuado. Apesar disso, ambas protegem contra os quatro tipos do vírus da dengue, o que é fundamental para evitar uma reinfecção.A eficácia de cada vacina pode variar de acordo com fatores como a idade, quadro clínico e se a pessoa já teve dengue antes ou não.
As taxas de eficácia da Qdenga em até 54 meses após a vacinação completa são:
- 63% de eficácia para a doença sintomática de qualquer gravidade;
- 85% de eficácia para internação pela doença.
Já o imunizante desenvolvido pelo Butantan apresentou as seguintes taxas de eficácia em ensaios clínicos de fase 3:
- 73,5% de eficácia em quem nunca teve contato com o vírus;
- 89,2% de eficácia em quem já teve dengue anteriormente;
- 79,6% de eficácia geral.
A vacina Qdenga é indicada para crianças a partir de 4 anos de idade, adolescentes e adultos até 60 anos, independentemente se a pessoa já teve dengue antes ou não.
O imunizante é contraindicado para pessoas com alergia grave a algum dos componentes da vacina, gestantes, mulheres em fase de amamentação, pessoas com imunodeficiência e pacientes com HIV.Já a vacina do Butantan foi testada em ensaio clínico de fase 3 em 16.235 pessoas com idades de 2 a 59 anos.
Dessas pessoas que receberam o imunizante, apenas três (menos 0,1%) apresentaram eventos adversos graves e todos se recuperaram totalmente.
A frequência de eventos adversos foi a mesma em todas as faixas etárias, o que indica que a vacina deverá ser indicada para pessoas entre essas idades.O esquema de dose da Qdenga é de duas aplicações, com intervalo de três meses entre elas. É importante completar a imunização para atingir a eficácia desejada.
Execução da imunização contra a dengue no Brasil
No Brasil, a vacina está prevista para ser distribuída ao SUS nesta semana, de acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade. Após a distribuição, os municípios devem organizar cada vacinação.Por outro lado, a vacina do Butantan foi testada em duas doses, com a segunda aplicação sendo realizada 6 ou 12 meses após a primeira.
No entanto, não foram observadas diferenças significativas na resposta de anticorpos. Por isso, foi mantido o esquema de dose única para a fase 3. Isso indica que a vacina deverá ser aplicada em uma única dose.
Fonte: © CNN Brasil
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