Durante verão, El Niño eleva temperatura, favorecendo Aedes proliferação. Regardo infraestrutura urbana, acumulados lixos e água suja acelera o processo. (147 caracteres)
Apesar de não ser a época mais comum para a propagação da dengue, a preocupação com a doença aumenta devido às condições climáticas desfavoráveis e aos focos de água parada que favorecem a proliferação do mosquito transmissor. A prevenção e o combate à dengue continuam sendo prioridades para as autoridades de saúde, que buscam conscientizar a população sobre a importância de eliminar possíveis criadouros do Aedes aegypti.
A combinação entre as chuvas intensas e o acúmulo de água propicia um ambiente propício para a reprodução do mosquito da dengue, aumentando o risco de transmissão da doença. É essencial manter-se alerta e adotar medidas preventivas, como o uso de repelentes e a eliminação de recipientes que possam acumular água, para evitar a propagação da febre e proteger a saúde da comunidade.
Impacto do Regime de El Niño no Aumento da Dengue
Os casos de dengue costumam surgir com mais frequência no verão, porém, de acordo com o pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Cristóvão Barcelos, também podem ocorrer em maio, durante o veranico, quando as temperaturas se elevam. No Rio Grande do Sul, o veranico de maio é bastante conhecido, sendo um período de calor intenso. Barcelos ressalta que, em maio, a região entra em regime de El Niño, o que historicamente tem influência no clima do Sul, resultando nesse fenômeno conhecido como veranico.
Em meio a esse cenário de calamidade, com a infraestrutura urbana comprometida e acúmulo de lixos, a possibilidade de uma onda de calor nas próximas semanas pode desencadear um surto de dengue. O pesquisador alerta que, diante da situação precária, especialmente no Rio Grande do Sul, a propagação da doença pode ser ainda mais grave, uma vez que a infraestrutura do estado foi severamente afetada.
Barcelos destaca que a população enfrenta dificuldades para eliminar possíveis focos do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, devido à falta de condições para lidar com o acúmulo de lixo e entulhos. Com a infraestrutura comprometida, a situação se torna ainda mais desafiadora, podendo transformar objetos do cotidiano, como geladeiras quebradas, em potenciais criadouros do mosquito.
Além disso, o pesquisador ressalta a resistência dos ovos do Aedes aegypti ao frio, que permanecem viáveis em diversos recipientes até entrarem em contato com água parada e mais quente, possibilitando sua eclosão e desenvolvimento. Mesmo durante o inverno, casos de dengue têm sido registrados no Rio Grande do Sul, evidenciando a necessidade de manter a vigilância constante, mesmo em períodos de baixa transmissão.
A Secretaria de Saúde do estado alerta para a importância de não baixar a guarda diante das baixas temperaturas, considerando a presença da dengue em 468 municípios infestados. O acúmulo de entulhos e possíveis criadouros do mosquito representa um desafio contínuo, exigindo ações preventivas e de controle eficazes para evitar surtos da doença.
Barcelos enfatiza que o Aedes aegypti não se reproduz apenas em águas limpas, destacando que a decantação da água parada resultante de alagamentos pode criar um ambiente propício para a proliferação dos mosquitos. Como integrante do Observatório de Clima e Saúde da Fiocruz, ele ressalta a importância de medidas preventivas e de conscientização da população para combater a dengue em todas as épocas do ano.
Fonte: @ Agencia Brasil