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Desde setembro de 2020, primeira perda trimestral da estatal: acordo, tributos, litígio (CARF), remessas, contrato de afretamento, desvalorização do real; tributário, litígio no exterior.
Na mais recente apresentação de resultados com Magda Chambriard no comando, a Petrobras (PETR3; PETR4) anunciou um prejuízo trimestral significativo. O impacto financeiro negativo foi sentido em diversos setores da empresa, refletindo uma realidade preocupante.
Como a companhia pretende reverter essa situação e recuperar sua estabilidade financeira?
O prejuízo registrado pela Petrobras evidencia um cenário desafiador, com a possibilidade de um deficit ainda maior nos próximos períodos. A gestão atual terá que adotar medidas estratégicas para minimizar as perdas e buscar alternativas viáveis para reverter esse quadro desfavorável.
Quais serão os próximos passos da empresa para superar esse desafio financeiro?
Impacto do Prejuízo na Petrobras;
Afinal, surge a dúvida: será que é o momento adequado para vender as ações da Petrobras? Calma, investidor! A situação não é tão simples quanto parece à primeira vista. É fato que a estatal enfrentou um prejuízo significativo de R$ 2,6 bilhões no saldo do segundo trimestre. No entanto, é importante ressaltar que esse montante foi resultado de dois eventos não-recorrentes que afetaram o lucro líquido da empresa nesse período.
O primeiro evento diz respeito a um custo de R$ 10,6 bilhões relacionado a um acordo tributário firmado com o Ministério da Fazenda, encerrando um litígio com o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) sobre remessas no exterior em um contrato de afretamento de embarcações e plataformas. Segundo Vitor Sousa, analista do setor elétrico e saneamento da Genial, esse acordo foi benéfico para a estatal, uma vez que o valor desembolsado foi consideravelmente menor do que o montante total estimado na disputa com o CARF, que ultrapassava os R$ 44 bilhões.
Além de contribuir para reduzir o endividamento da Petrobras, o acordo também assegurou os pagamentos futuros de dividendos, uma vez que não afetou o limite da dívida bruta da companhia. O segundo evento está associado à desvalorização do real em relação ao dólar. Devido à parcial dolarização da dívida da empresa, a desvalorização da moeda brasileira resultou em um impacto negativo de R$ 18,7 bilhões no trimestre.
Conforme explicado por Sousa, esse evento não implica em saída de caixa imediata, já que o valor da dívida dolarizada é convertido em reais apenas uma vez. Além disso, como a Petrobras comercializa seu principal produto em dólares, eventuais desvalorizações do real são compensadas na receita da empresa, o que proporciona um certo conforto ao fluxo de caixa. Portanto, é importante considerar esses aspectos antes de tomar qualquer decisão em relação ao investimento na Petrobras.
Fonte: @ Valor Invest Globo