Fusão entre Arezzo (ARZZ3) e Grupo Soma (SOMA3): expectativa de benefícios para companhias, acionistas e mercado.
Investing.com – A possível fusão entre as ações da Arezzo (BVMF:ARZZ3) e do Grupo Soma (BVMF:SOMA3) está gerando expectativas no mercado financeiro, levando os papéis das empresas a continuarem em alta nesta quinta-feira, 01º de fevereiro. A fusão entre essas gigantes do varejo de moda pode resultar em grandes mudanças no cenário econômico.
A integração das duas empresas seria uma jogada estratégica, que poderia consolidar uma das maiores forças do setor. A proposta de fusão está sendo muito bem recebida pelos investidores, que veem a combinação de forças como uma oportunidade de crescimento significativo no mercado. A perspectiva de fusão entre Arezzo e Grupo Soma está movimentando o mercado de ações, com os investidores atentos a todos os desdobramentos.
Benefícios da fusão entre Arezzo e Grupo Soma
Analistas enxergam que a fusão pode trazer benefícios de ganhos de mercado, mas ponderam que a integração pode ser difícil devido à quantidade de marcas envolvidas. Até o momento, não há documento que formalize a operação ou garanta a operação, no entanto. Às 11h41 (de Brasília), os papéis da Arezzo ganhavam 2,49%, a R$64,15, enquanto os do Grupo Soma subiam 2,53%, a R$8,11.
Em fato relevante, a Arezzo informou que a companhia ‘está em entendimentos com o Grupo Soma em que ambos avaliam uma possível associação que poderá envolver a unificação das bases acionárias em uma única companhia com governança compartilhada’.
Caso a fusão ocorra, Alexandre Café Birman será o CEO da companhia combinada e Roberto Luiz Jatahy Gonçalves o CEO da business unit de vestuário feminino. Na opinião do analista da Levante Flavio Conde, que falou com o Investing.com Brasil e é colunista do portal, uma combinação dos negócios seria favorável para as duas companhias.
‘Acho que pode trazer benefícios e elas são bem complementares. Uma é mais focada em vestuário de alta moda e outra em sapatos e acessórios’, avalia Conde, indicando incerteza sobre eventuais sinergias. Alguns desafios ainda precisariam ser enfrentados, incluindo a necessidade de manter equipes e focos diferentes para as diversas marcas. ‘Como diz o nome Grupo Soma, é um grupo.
E é preciso estudar e crescer cada marca, não adianta somente uma gestão central. O que pode ser interessante em termos de cross selling é vender sapatos exclusivos com marcas de roupas que não possuem’, completa o analista da Levante. Conde acredita que as empresas já estavam baratas e com bom upside sozinhas, com quedas nos últimos doze meses e começo de uma recuperação das suas cotações.
Agora, a expectativa é de reavaliação por parte dos analistas, na opinião de Conde. ‘Ficam mais atrativas ainda. Volta atenção do investidor profissional e pessoa física nos dois cases. Elas estão muito baratas e devem ter ido bem nas vendas na Black Friday, Natal e Réveillon’, detalha Conde. A Levante possui recomendação de compra para as duas ações.
Avaliação da possível fusão pela Ativa Investimentos
CONFIRA: Compare as duas ações no mata-mata de Flavio Conde A nova holding teria cerca de R$ 11,8 bilhões em valor de mercado, segundo estimativas da Ativa. Em nota ao mercado, a Ativa Investimentos considera que uma medida como essa pontos positivos e negativos.
Do lado positivo, elenca o fortalecimento da estratégia da Arezzo em ser uma ‘house of brands’, além de uma eventual melhor negociação com fornecedores. Além disso, a Ativa cita ‘melhora nos custos fixos, dado possíveis diluições e maior participação no mercado de vestuários, que antes era apenas através da marca AR&CO’.
Por outro lado, a Ativa pondera que a integração dos grupos como sendo difícil e de longo prazo. ‘O deal se concretizando é positivo no curto prazo para o acionista, mas, no médio prazo será desafiador para a integração completa dos grupos’, conclui a Ativa, que possui recomendação de compra para as duas ações e considera Arezzo como principal escolha no setor.
Possíveis desafios e expectativas para a fusão
A Arezzo detém marcas como Arezzo, Schutz, AR&CO e Anacapri, uma base de 5,5 milhões de clientes ativos e 1.005 lojas no final do terceiro trimestre do ano passado. Já o Grupo Soma possui a Farm, Hering (BVMF:HGTX3), Animale, NV, Maria Filó, Cris Barros, Foxton e Fórmula, com 5,5 milhões de clientes ativos e 1.064 lojas no mesmo período.
No terceiro trimestre de 2023, a Arezzo reportou receita líquida de R$1,6 bilhão e lucro líquido recorrente foi de R$107 milhões, enquanto o Grupo Soma apresentou receita de R$1,5 bilhão e lucro de R$ 96 milhões. Birman afirmou nesta semana em evento promovido pelo UBS BB (BVMF:BBAS3) que o setor de vestuário estaria em um momento de consolidação e que a Arezzo pretende ganhar market share no segmento feminino.
Enquanto a Arezzo comprou nos últimos anos a Reserva e a Baw, além do licenciamento da marca Vans no Brasil, o Grupo Soma adquiriu a Hering em 2021. De acordo com o Neodeed, as tratativas para a fusão estavam praticamente definidas no sábado, 27 de janeiro. Segundo o Brazil Journal, Arezzo ficaria com 56% da empresa combinada, e os acionistas do Soma seriam detentores dos 44% restantes.
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Fonte: © BR Investing
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