Durante o período de oito anos (2015-2023), serviços de saúde da capital registraram 2.298 novos casos, notificados em bairros periféricos e região central. Inéditos: boletins de ocorrências, distritos de baixa renda e altas esferas do poder. Levantamento: registros online, extrema-direita, B.O. eletrônicos. Serviços de saúde: período, distritos de renda alta.
Uma pesquisa recente divulgada hoje pelo Instituto Pólis revela um aumento alarmante de 970% nas notificações de violência contra pessoas LGBTQIA+ nos serviços de saúde da cidade de São Paulo, no período de 2015 a 2023. Durante esses anos, foram registrados um total de 2.298 casos, evidenciando a gravidade do cenário.
É inaceitável que em pleno século XXI ainda existam nenhum tipo de ação efetiva para combater a violência contra pessoas LGBTQIA+. A sociedade precisa se unir e lutar contra a discriminação e o preconceito, garantindo o respeito e a segurança de todos, sem exceção.
Violência Contra Pessoas LGBTQIA+: Um Levantamento Inédito
Um período de oito anos, de 2015 a 2023, foi analisado em um levantamento inédito sobre a violência contra pessoas LGBTQIA+. Os resultados revelam que cerca de 45% dessas ocorrências são resultantes de violências físicas, enquanto 29% envolvem violências psicológicas e 10% são de natureza sexual. É alarmante notar que quase metade (49%) desses atos ocorreu dentro de casa, um local que deveria ser seguro.
O estudo aponta que, de cada dez vítimas de violência LGBTfóbica, seis foram agredidas por familiares ou pessoas conhecidas. As agressões, motivadas por homofobia/lesbofobia/transfobia, tiveram maior incidência em bairros periféricos da cidade, como Itaim Paulista, Cidade Tiradentes e Jardim Ângela, onde 123, 103 e 100 vítimas foram registradas, respectivamente.
O aumento das agressões é evidenciado nos boletins de ocorrências registrados pela Polícia Civil, que apresentaram um crescimento alarmante de 1.424% entre 2015 e 2022, totalizando 3.868 vítimas. A região central da cidade, especialmente nos bairros da República, Bela Vista e Consolação, foi apontada como o epicentro desses atos violentos.
Rodrigo Iacovini, diretor-executivo do Instituto Pólis e coordenador da pesquisa, destacou que o acirramento na sociedade de narrativas LGBTfóbicas pode ser um dos motivos para esse aumento. Além disso, a violência relacionada a crimes de ódio tem sido alimentada por discursos políticos de extrema-direita, o que preocupa as altas esferas do poder no Brasil.
A implementação do B.O. eletrônico foi um avanço significativo, permitindo o registro online das ocorrências sem a necessidade de deslocamento até uma delegacia. Esse acesso facilitado resultou em um aumento de registros feitos por mulheres, que representam 51% das notificações. Nas delegacias físicas, as mulheres correspondem a apenas 32% dos casos.
O registro online também beneficiou pessoas em regiões de menor renda, com 82% das denúncias de homofobia/transfobia ocorrendo nos distritos de renda baixa da capital paulista. Nos distritos de maior renda, esse número é de 72%. A interseccionalidade da violência LGBTfóbica também foi evidenciada, com 55% das vítimas sendo negras.
A pesquisa ressalta que 79% das pessoas que sofreram violência LGBTfóbica por policiais eram negras, evidenciando a dupla violência enfrentada por essa população. A interseccionalidade da violência LGBTfóbica e racial é um aspecto crucial a ser considerado na luta contra a discriminação e a violência.
Fonte: © Notícias ao Minuto