Gigante da aviação reduz produção de aeronaves para melhorar segurança após problemas com 737 MAX e 787 Dreamliner, devido a dificuldades financeiras e pressão da rival Airbus.
A segurança financeira da Boeing foi comprometida ao queimar aproximadamente US$ 4 bilhões em fluxo de caixa durante o primeiro trimestre de 2024, demonstrando um prejuízo operacional de US$ 355 milhões e uma diminuição de 8% na receita comparado ao mesmo período do ano anterior.
É fundamental que a empresa priorize a segurança de suas finanças para garantir o resguardo de seus recursos e manter a integridade de suas operações a longo prazo.
Desafios de segurança impactam resultados financeiros da Boeing
A divulgação dos resultados financeiros do primeiro trimestre da Boeing revelou a difícil situação enfrentada pela gigante da aviação. Um agravante nesse cenário foi o quase acidente ocorrido em 5 de janeiro, quando um 737 MAX da Alaska Airlines teve uma falha estrutural, resultando na perda de parte da fuselagem e na abertura da porta de emergência em pleno voo, a quase 5 mil metros de altitude.
Esse incidente destacou ainda mais as questões em torno do problemático modelo 737 MAX, que foi a grande aposta da Boeing em seu lançamento. Com dois acidentes fatais entre o final de 2018 e o início de 2019, causando a morte de 346 pessoas, houve uma interrupção nas operações do modelo por aproximadamente 20 meses.
Pressionada pelas companhias aéreas e órgãos reguladores após o acidente de janeiro, a Boeing se viu obrigada a reduzir a produção de aeronaves para aprimorar a qualidade e a segurança, o que impactou suas metas financeiras. No primeiro trimestre, a empresa entregou 83 aviões comerciais, uma queda de 36% em relação ao ano anterior, encerrando março com US$ 7,5 bilhões em caixa, abaixo dos investimentos planejados em janeiro, e com uma desvalorização das ações superando os 30% neste ano.
A concorrente direta, Airbus, entregou 142 aeronaves nos primeiros três meses do ano, representando um aumento de 12% em relação ao mesmo período de 2023. Essa disparidade evidenciou a crise enfrentada pela Boeing, colocando-a em um momento desafiador, conforme reconheceu o CEO Dave Calhoun.
Em meio a essas dificuldades relacionadas à segurança, a empresa também enfrenta problemas com o 787 Dreamliner. Recentemente, o jornal The New York Times publicou uma matéria revelando que a FAA está investigando alegações de que seções da fuselagem desse modelo estão sendo inadequadamente fixadas, podendo se separar durante o voo após várias viagens.
O engenheiro da Boeing, Sam Salehpour, alertou para os problemas de fixação decorrentes de mudanças na linha de montagem, o que levou a empresa a enfrentar limitações na produção dos jatos de fuselagem larga. Essas questões operacionais já previam um impacto significativo no fluxo de caixa, conforme antecipado pelo CFO Brian West em um evento do Bank of America.
Diante desse contexto desafiador, a prioridade da Boeing continua sendo garantir a segurança e a qualidade em suas aeronaves, mesmo diante das adversidades financeiras e operacionais. Esforços para lidar com esses desafios são essenciais para a empresa recuperar sua posição no mercado aéreo e reconquistar a confiança de clientes e investidores.
Fonte: @ NEO FEED