Ex-presidente entra no prédio após convocar apoiadores para ato na avenida Paulista, alegando cumprir ordem do STF e comentando cenários políticos das nações.
Bolsonaro teve seu passaporte confiscado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) há quatro dias, em meio às investigações sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado. Após a decisão, o mandatário brasileiro esteve na Embaixada da Hungria no Brasil, permanecendo no local por dois dias, de acordo com imagens de câmeras de segurança divulgadas pelo jornal ‘The New York Times’.
O ex-presidente Bolsonaro, cujo passaporte foi confiscado recentemente, busca refúgio na Embaixada da Hungria no Brasil. A situação do mandatário brasileiro ainda é delicada, e as investigações sobre o suposto golpe de Estado continuam em andamento.
Explicação da visita de Bolsonaro à embaixada da Hungria
Segundo a reportagem divulgada nesta segunda-feira (25), Bolsonaro entrou na embaixada às 21h34 do dia 12 de fevereiro, acompanhado por dois seguranças. Ele foi recebido pelo embaixador húngaro e funcionários do local. A reportagem destaca que a Ordem do Supremo Tribunal Federal não pode atuar numa embaixada estrangeira e, portanto, Bolsonaro não poderia ser preso.
Destaca ainda a relação próxima entre o mandatário brasileiro e o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, líder da extrema-direita. Eles haviam se encontrado meses antes em Buenos Aires, em dezembro, durante a posse de Javier Milei.
O ex-presidente chegou ao prédio horas após publicar um vídeo em suas redes sociais convocando apoiadores para um ato na avenida Paulista, marcado para o dia 25. Bolsonaro deixou a embaixada às 16h14 do dia 14. As razões que o levaram a deixar o local ainda são desconhecidas.
O ‘NYT’ analisou imagens de quatro câmeras da Embaixada, além de compará-las a imagens de satélite que mostravam o carro em que Bolsonaro estava estacionado na garagem em 13 de fevereiro. Também conversou com uma fonte da Embaixada, que confirmou os planos de receber o ex-presidente.
A defesa de Jair Bolsonaro alega em comunicado que o ex-presidente passou dois dias hospedado na Embaixada da Hungria em Brasília ‘para manter contatos com autoridades do país amigo’. Em nota assinada pelos advogados Paulo Amador da Cunha Bueno, Daniel Bettamio Tesser e Fábio Wajngarten, a defesa de Bolsonaro afirma que ele esteve na embaixada ‘a convite’ e que, durante esse período, ‘conversou com várias autoridades do país amigo atualizando os cenários políticos das duas nações‘.
Material originalmente publicado pelo Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do
Fonte: @ Valor Invest Globo