Problema de saúde pública persiste no Brasil Saudável, com 30 mil novos casos anualmente na América Latina, perpetuando o ciclo de pobreza e fome.
O Dia Mundial da doença de Chagas é celebrado em 14 de abril, data que destaca a importância de sensibilizar sobre essa enfermidade. Com 115 anos desde sua descoberta, a doença de Chagas ainda é um desafio de saúde pública em muitas regiões do mundo, exigindo esforços para promover o diagnóstico e tratamento adequados.
A doença de Chagas, também conhecida como enfermidade de Chagas, é causada pelo parasita Trypanosoma cruzi, transmitido principalmente por insetos vetores. A prevenção e o controle da doença de Chagas são fundamentais para reduzir sua incidência e impacto na saúde das populações afetadas. É essencial fortalecer as ações de vigilância e conscientização para combater o avanço dessa doença.
O significado diferente da doença de Chagas ao longo dos anos
A doença de Chagas, também conhecida como enfermidade de Chagas, tem sido alvo de diferentes abordagens ao longo do tempo. Com o surgimento do programa Brasil Saudável, a enfermidade ganhou um novo olhar, direcionado à sua eliminação como problema de saúde pública até 2030. O Brasil se tornou pioneiro ao lançar uma política governamental visando a eliminação ou redução de 14 doenças e infecções que impactam fortemente populações em situações de ciclo de pobreza, fome e desigualdades sociais, sendo a doença de Chagas uma delas.
O programa Brasil Saudável, que reúne 14 ministérios, incluindo o da Saúde, tem como objetivo propor políticas públicas interdisciplinares voltadas para a equidade em saúde e a redução das desigualdades, aspectos intimamente relacionados às raízes do problema. Isso vai muito além da simples oferta de tratamento para a doença de Chagas, envolvendo ações abrangentes e integradas.
A situação da doença de Chagas e o ciclo de pobreza e fome
Estima-se que cerca de 7 milhões de pessoas em todo o mundo estejam infectadas pelo Trypanosoma cruzi, o agente causador da doença de Chagas, com uma grande incidência de casos na América Latina. Anualmente, são registrados aproximadamente 30 mil novos casos na região, resultando em um impacto devastador de cerca de 14 mil mortes.
Além disso, aproximadamente 70 milhões de pessoas vivem em áreas de exposição, ficando vulneráveis à infecção. Diversos fatores, como degradação ambiental, mudanças climáticas e condições socioeconômicas precárias, contribuem para a propagação da enfermidade. Esse cenário evidencia a interligação da doença de Chagas com o ciclo de pobreza e fome que afeta muitas regiões.
Esforços atuais e futuros em relação à doença de Chagas
Com o intuito de monitorar e avaliar as ações de vigilância em saúde relacionadas à doença de Chagas, o Ministério da Saúde lançou em janeiro de 2023 o formulário de Chagas Crônica no sistema e-SUS Notifica. Esse sistema, desenvolvido durante a pandemia de covid-19, está em constante evolução para atender às demandas de vigilância em saúde de forma eficaz.
No que se refere ao tratamento, foram realizadas negociações para a aquisição de aproximadamente 1 milhão de comprimidos de benznidazol em 2023. O contrato inicial envolveu 170 mil unidades, com o restante do processo de compra em andamento. Além disso, a produção da formulação pediátrica de 12,5 mg foi retomada, ampliando o acesso ao medicamento essencial para o tratamento da doença de Chagas.
Incentivo à pesquisa e investimentos na doença de Chagas
No campo da pesquisa, destacam-se dois projetos em andamento financiados pelo Ministério da Saúde: o ‘Cuida Chagas’, com um repasse de R$ 20 milhões, e o ‘Integra Chagas’, com um repasse expressivo de quase R$ 6 milhões. Essas iniciativas têm como objetivo ampliar o acesso ao diagnóstico e tratamento da enfermidade, promovendo avanços significativos no combate à doença de Chagas.
O estímulo à pesquisa sobre a doença de Chagas é fundamental e tem sido uma prioridade. Levantamentos indicam que desde 2002, a Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo da Saúde (Sectics) apoiou um total de 220 pesquisas em 75 instituições diferentes, totalizando um investimento de consideráveis R$ 85,7 milhões. Esses esforços refletem o comprometimento em enfrentar efetivamente os desafios relacionados a essa enfermidade.
Fonte: @ Ministério da Saúde