De 2012 a 2023, o país teve 9.875 registros de crimes na medicina, odontologia e farmácia, mostrando subnotificação e investigação em instituições e unidades da federação.
Nos últimos 12 anos, foi constatado no Brasil um aumento significativo no número de ocorrências relacionadas ao exercício ilegal da medicina. Essa prática traz sérias consequências para a população, representando um risco grave para a saúde dos pacientes.
A prática ilegal da medicina envolve a realização de procedimentos médicos realizados por profissionais sem a devida capacitação, colocando em risco a vida de muitas pessoas. É fundamental conscientizar a sociedade sobre os perigos dessa conduta irresponsável, garantindo que apenas profissionais habilitados e éticos estejam aptos a exercer a medicina com segurança.
O levantamento sobre o exercício ilegal da medicina
Conforme divulgado pela instituição responsável, o levantamento recente foi motivado por uma série de casos que causaram lesões graves e até mesmo resultaram na morte de pacientes. Desde 2012 até 2023, o país registrou um total de 9.875 casos de prática ilegal da medicina, que incluem procedimentos médicos realizados por profissionais sem a devida capacitação. Os dados coletados revelaram que o Poder Judiciário teve um aumento significativo, com 6.189 novos processos relacionados a essa questão. Além disso, as delegacias de Polícia Civil registraram 3.337 boletins de ocorrência referentes ao exercício ilegal da medicina.
A situação nas unidades da federação
De acordo com as informações levantadas, o estado do Rio de Janeiro se destaca como o local com o maior número de registros nas delegacias de Polícia Civil, totalizando 937 ocorrências. Dentre esses casos, 11 resultaram em morte, sendo que cinco ocorreram na capital fluminense. O tribunal estadual foi responsável por registrar a maior quantidade de novos processos no ano anterior, com um total de 74. São Paulo e Minas Gerais também apresentaram números expressivos, com 528 e 337 ocorrências policiais, respectivamente.
A questão da subnotificação e a importância da capacitação
Um ponto preocupante ressaltado pela instituição foi a subnotificação de casos em alguns estados, como Espírito Santo, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Sul e Alagoas. A falta de dados atualizados e históricos em relação a essas localidades pode dificultar a análise da dimensão do problema. Por isso, é fundamental destacar a necessidade de capacitação adequada para exercer a medicina de forma ética e segura, visando proteger a saúde e a vida dos pacientes.
Alerta sobre práticas ilegais e promessas milagrosas
O presidente do CFM, José Hiran Gallo, enfatizou a importância de manter a sociedade informada sobre os riscos associados aos procedimentos médicos realizados por profissionais não qualificados. Ele ressaltou a relevância de consultar os sites dos Conselhos Regionais de Medicina e do CFM para verificar se o profissional em questão possui registro ativo. Gallo também alertou sobre a importância de evitar promessas milagrosas, especialmente aquelas divulgadas em plataformas online.
Repercussão de casos e investigações recentes
O CFM destacou a crescente repercussão de casos relacionados ao exercício ilegal da medicina. Exemplos recentes incluem a prisão de um dentista no Recife por ministrar cursos não autorizados sobre reposição hormonal, e a investigação realizada em Goiânia envolvendo uma mulher que causou lesões a pacientes em clínicas de estética. Outros casos lamentáveis ocorreram em Coroados, São Paulo, onde quatro dentistas foram investigados por realizarem procedimentos exclusivos de médicos, e em Divinópolis, Minas Gerais, onde uma biomédica foi detida por provocar a morte de uma paciente durante uma cirurgia ilegal.
Fonte: © Notícias ao Minuto