Pesquisa da fintech Creditas revela que a principal razão das pessoas contratarem empréstimos é liquidar outras dívidas.
O endividamento do brasileiro tem sido uma realidade cada vez mais presente em nossos dias. Pesquisas recentes mostram que muitas famílias têm recorrido a empréstimos para quitar suas dívidas acumuladas. Essa prática pode se tornar um ciclo vicioso na vida financeira das pessoas, que acabam contraindo novos compromissos financeiros sem conseguir liquidar os antigos.
Além disso, o alto índice de pessoas buscando por novos empréstimos para pagar dívidas antigas revela uma preocupante situação financeira no país. Muitas vezes, o descontrole nas finanças e a falta de planejamento levam os indivíduos a um ciclo de endividamento difícil de ser quebrado. É importante buscar alternativas para se livrar desse ciclo de compromissos financeiros e dívidas acumuladas, antes que a situação se torne insustentável.
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Refinanciamento de Dívidas e Empréstimos
Outros 3,4% dos mais de 16 mil respondentes assinalaram que contratam empréstimos com o objetivo de usar esse dinheiro para refinanciar outras dívidas.
A pesquisa da fintech de crédito foi realizada com funcionários de empresas parceiras, aquelas que utilizam serviços da área de benefícios da Creditas, incluindo o consignado privado.
Quase 68% das pessoas que responderam o questionário já fizeram empréstimos com alguma instituição financeira. ‘Considerados apenas aqueles funcionários [de empresas parceiras] que tomam empréstimos conosco, temos um perfil de cliente que vê nosso produto como um veículo para troca de uma dívida por outra‘, explica Ana Virginia, líder de negócios para a área de benefícios da Creditas.
Superendividamento e Impacto da Inadimplência
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Qual é o perfil dos endividados no Brasil? Embora o público do levantamento não espelhe a realidade de toda a população brasileira, traz à tona um segmento dela.
No recorte da pesquisa, a realidade é a de trabalhadores do setor privado, com uma taxa de inadimplência de 3,19% em dezembro de 2023, segundo dados recentes do Banco Central (BC). Porém, no contexto geral do superendividamento no país, os efeitos são mais acentuados.
Em dezembro passado, mais de 71 milhões de pessoas (41% da população adulta no Brasil) estavam inadimplentes, conforme a Serasa.
Desafios da Oferta de Crédito e Taxas de Juros
Para a maioria dos respondentes da pesquisa da Creditas, o principal objetivo neste ano é conseguir pagar as dívidas (27,9%). Porém, para muitos consumidores, a busca por reorganização financeira se torna um desafio diante do cenário de superendividamento e do poder de compra reduzido.
O estudo do Ipea, baseado nos resultados da Pnad Contínua, revelou um crescimento de 3,1% na renda média habitual do trabalhador brasileiro em 2023 (R$ 3.078) em comparação a 2022 (R$ 2.985). Nesse mesmo período, a inflação medida pelo IPCA fechou o ano acumulado em 4,62%.
Medidas para Contornar a Inadimplência
Isso porque o salário médio do brasileiro não acompanhou o aumento dos preços em 2023, e o acesso a crédito no mercado segue restrito.
As taxas de juros em linhas de crédito para pessoas físicas nos grandes bancos subiram, apesar da redução da taxa básica de juros para 10,75% ao ano.
Esse cenário se deve à elevação da inadimplência nas carteiras de crédito das instituições financeiras e a redução da oferta de crédito. Segundo o Procon-SP, a taxa média de juros para empréstimo pessoal em março era de 7,87% ao mês, um aumento em relação a 2023.
Impacto da Educação Financeira na Saúde Financeira
Desde 2018, a fintech tem investido em educação financeira para orientar seus clientes e parceiros sobre a melhor forma de lidar com suas finanças. A pesquisa da Creditas revela que a saúde financeira tem impacto direto na qualidade de vida das pessoas. Respondentes apontaram consequências como ansiedade, estresse, tristeza e depressão causados pelo descontrole das contas. Ações como consultoria financeira personalizada buscam adequar a oferta de crédito para garantir o conforto do cliente.
Fonte: @ Valor Invest Globo