Abu Dhabi Estatal termina compra negócios Novonor, reinicia análise, R$ 10,5B. Novonor, detentora participação, enfrenta ambientais Alagoas. Apollo Management oferece R$ 5,2B por participação relevante. Outros buscam ativos globais, R$ 5,2B, enfrentam risco afundamento, evento geológico. Novonor passiva, Mutange medidas. Antiga proposta BP de R$ 10,5B para conjunto ativos abandonada.
A situação futura da Braskem ficou incerta novamente, já que a Adnoc, companhia de petróleo de Abu Dhabi, desistiu de comprar a parte da Novonor, antiga Odebrecht, na Braskem. O anúncio feito pela Braskem na manhã de segunda-feira, 6 de maio, teve impacto na cotação das ações da empresa.
A Braskem, grande petroquímica brasileira, se viu em uma encruzilhada com a decisão da Adnoc de não seguir adiante com a aquisição. A companhia agora terá que traçar um novo caminho diante desse cenário inesperado.
Braskem enfrenta desafios em meio a negociações de R$ 10,5 bilhões
Os papéis preferenciais classe A (PNA) da Braskem registraram uma queda de 15,10% no pregão da B3, atingindo R$ 19,57, a maior desvalorização do Ibovespa no dia. Em 2024, os papéis BRKM5 acumularam um declínio de 10,4%, resultando em um valor de mercado para a empresa de R$ 15,3 bilhões.
A Braskem divulgou um fato relevante relacionado à correspondência recebida da Novonor, que possui 38,3% do capital total e 50,1% do capital votante. A Novonor informou que a Adnoc ‘não têm interesse em dar continuidade ao processo de análise e negociações’. Enquanto isso, a Petrobras detém 36,1% do capital total e 47% do votante.
A decisão da Adnoc de se retirar das negociações ocorreu após ter feito uma oferta de cerca de R$ 10,5 bilhões no final do ano passado, equivalente a R$ 37,29 por ação. No primeiro semestre, a empresa de Abu Dhabi apresentou uma proposta conjunta com a Apollo Management.
Essa proposta da Adnoc superou as ofertas da J&F e da Unipar, ambas interessadas em adquirir a participação da Novonor na petroquímica brasileira. A J&F, empresa da família Batista, ingressou nessa disputa em julho de 2023, com uma oferta de R$ 10 bilhões. Enquanto a Unipar já havia igualado esse valor com uma proposta feita um mês antes.
Durante as negociações entre Adnoc e Novonor, a Braskem viu a questão de seu passivo ambiental voltar ao foco. Em dezembro, um evento geológico ocorreu em uma mina de sal-gema da empresa, localizada em Mutange, Maceió (AL), gerando riscos de afundamento na região.
Essa situação não é nova, visto que em 2018 já haviam sido registrados afundamentos em diferentes bairros. Desde 2019, quase 60 mil pessoas precisaram sair de suas residências devido aos tremores de terra que causaram rachaduras nos imóveis, conforme relatado pela Agência Brasil.
Esses eventos resultaram na abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado, ainda em andamento. A Braskem teve que alocar recursos para implementar medidas referentes ao evento geológico, totalizando R$ 5,2 bilhões no balanço do quarto trimestre.
Enquanto tudo isso acontecia, a Adnoc também explorava outras oportunidades ao redor do mundo. Em abril, houve relatos de que a empresa considerava adquirir a britânica BP, podendo ser uma compra total ou uma participação relevante, embora essas negociações não tenham progredido.
Fonte: @ NEO FEED