Banco dos EUA melhora recomendação de venda para neutro e eleva preço-alvo de ação, citando geração de fluxo de caixa e eficiência logística de alimentos processados no mercado Halal.
Em um curto período após apresentar lucro trimestral pela primeira vez em sete resultados negativos, a BRF desponta novamente com uma notícia positiva, mesmo que com algumas ressalvas. Dessa vez, a empresa de alimentos brasileira recebe elogios do Goldman Sachs pela sua performance no mercado.
O reconhecimento do Goldman Sachs à BRF demonstra a crescente confiança no potencial da companhia de alimentos em se reerguer e se destacar no setor. As projeções otimistas para a BRF sugerem um caminho promissor em meio a um cenário desafiador, reforçando a solidez e o potencial de crescimento da empresa no mercado nacional e internacional.
Avaliação positiva do Goldman Sachs impulsiona ações da BRF
Na última segunda-feira, 15 de abril, o renomado banco americano emitiu um relatório favorável à BRF, companhia de alimentos líder no mercado. A análise, intitulada ‘Volta ao Básico’, trouxe boas notícias para a empresa, recomendando a mudança de venda para neutro e elevando o preço-alvo das ações de R$ 9,70 para R$ 15,60. Mesmo com a valorização, o preço ainda permanece abaixo dos R$ 16,89 registrados na abertura do pregão.
Um dos pontos destacados pelo Goldman Sachs é o plano de eficiência BRF+, desenvolvido sob a gestão de Miguel Gularte, que assumiu a liderança da empresa em setemb21ro de 2022. Essa iniciativa faz parte de um ciclo de reestruturação da companhia, visando melhorar diversos aspectos operacionais, como a eficiência logística e a gestão de estoques.
O analista Thiago Bortoluci elogiou os avanços conquistados pela BRF após a implementação do BRF+, mencionando melhorias significativas em indicadores-chave, como desempenho agrícola, eficiência logística e assertividade de preços. Esses resultados demonstram o retorno da empresa às suas raízes, entregando resultados mais sólidos em áreas essenciais.
Além disso, o relatório enfatiza que a gestão de Miguel Gularte tem conseguido superar desafios históricos da empresa, originados desde a fusão entre Sadia e Perdigão, que deu origem ao Grupo BRF em 2011. O banco prevê que a continuidade do plano de reestruturação trará mais benefícios, impulsionando ainda mais a lucratividade da BRF.
No que diz respeito ao mercado, a empresa tem se destacado nos segmentos de alimentos processados e no mercado Halal. No primeiro caso, a BRF mantém sua posição de destaque na produção de margarinas, um setor lucrativo que representa cerca de 17% de seu mix de vendas em alimentos processados. Já no mercado Halal, que corresponde a aproximadamente 20% das vendas do Grupo BRF, os preços do petróleo têm impulsionado o consumo, enquanto as tensões comerciais atuais têm criado oportunidades para a distribuição direta da empresa.
O relatório também aborda a situação da oferta de grãos, apontando para a estabilidade dos preços e a baixa probabilidade de grandes interrupções na safrinha 2023-2024 do milho. Esses fatores têm contribuído para o otimismo em relação ao desempenho futuro da BRF, levando o Goldman Sachs a revisar para cima suas projeções de Ebitda para 2024 em 25%.
No entanto, apesar das perspectivas favoráveis para o primeiro lucro trimestral de 2024, algumas questões ainda preocupam os analistas. A empresa enfrenta desafios para gerar fluxo de caixa livre positivo e lucro por ação, o que limita a visão mais otimista sobre o papel.
No meio do dia, as ações da BRF apresentavam bom desempenho na B3, com uma alta de 9,1%, sendo negociadas a R$ 17,73. No acumulado do ano, os papéis registram uma valorização de 32,9%, refletindo a confiança dos investidores na companhia, que atualmente está avaliada em R$ 29,4 bilhões.
Fonte: @ NEO FEED