Katia Tonkyre marca presença no primeiro Encontro de Líderes Rurais, na Costa Rica, discutindo a nova geração de plantar e a economia verde com uma audiência de lideranças rurais.
A cacique Katia Silene Tonkyre, da aldeia Akratikatejé, do povo Gavião da Montanha, do Pará, ressaltou a importância de promover a produção agrícola indígena durante o primeiro Encontro de Líderes Rurais. Ela enfatizou a necessidade de apoio para que as comunidades nativas possam fortalecer suas práticas agrícolas tradicionais.
Essa iniciativa visa estimular a autonomia e a sustentabilidade da agricultura indígena, contribuindo para o desenvolvimento das comunidades e a preservação de suas tradições. É crucial que sejam criados mecanismos efetivos de apoio à produção agrícola dos povos nativos, garantindo que essas práticas ancestrais sejam valorizadas e perpetuadas para as futuras gerações.
Fortalecimento da Agricultura Indígena Através do Apoio às Comunidades Nativas
‘Temos o desejo de expandir e continuamos transmitindo o conhecimento às novas gerações sobre como cultivar, manter a tradição alimentar e preservar nossas práticas ancestrais. Vivíamos em completa harmonia com nossa floresta e hoje enfrentamos o desafio do capitalismo que invadiu nossa comunidade, substituindo nossa economia verde‘, enfatizou.
Tonkyre foi homenageada este ano com o prêmio Alma da Ruralidade pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), em reconhecimento ao trabalho das lideranças rurais nas Américas. Nesta semana, ela participa do primeiro Encontro de Líderes Rurais ao lado de outras 41 lideranças do setor.
Durante as sessões plenárias, há intercâmbio de experiências com a presença de especialistas, técnicos e representantes de fundos de investimento. O evento reúne uma ampla audiência de lideranças rurais dos países americanos, promovendo um ambiente de aprendizado e troca de conhecimentos.
‘Eles compram o produto mais barato e revendem. Não queremos intermediários, queremos que nossos produtos cheguem ao mercado diretamente através de nossa própria comunidade’, enfatizou Tonkyre, defendendo a valorização da produção agrícola indígena.
A cacique ressalta a importância de incentivar os povos indígenas a gerar renda a partir de sua própria produção, destacando a diversidade de produtos cultivados em sua terra indígena, como castanha-do-pará, peixe, óleo de copaíba, açaí e hortaliças, que são comercializados em outras regiões do Brasil.
Em 2021, após 17 anos de batalha judicial, a terra indígena no município de Novo Ipixuna, próxima à terra indígena Mãe Maria, voltou à posse do povo Akrãtikatêjê, liderado pela primeira mulher cacique de seu povo, Katia Silene Tonkyre. Ela destaca a necessidade de apoio técnico para desenvolver uma marca própria e buscar parcerias internacionais para exportação.
‘Apoiar a produção agrícola indígena é um passo fundamental para promover a autonomia e o desenvolvimento sustentável dessas comunidades. Vamos juntos fortalecer a economia verde e garantir que esses produtos cheguem ao mercado com o devido reconhecimento e valorização’, conclui Tonkyre, inspirando a nova geração a preservar suas tradições e a lutar pelo futuro de suas terras.
Fonte: @ Agencia Brasil