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Sob vigilância de patrona, menino morreu após cair de edifício no Recife. Pandemia Covid-19, luto, processo criminal, conclusão da Justiça, recentes decisões, indenização durante pandemia.
Em meio ao luto que assola tantas famílias, é comum buscar conforto em palavras de esperança e resignação. No entanto, para aqueles que enfrentam a ausência de um ente querido de forma inesperada e violenta, a dor parece se perpetuar, desafiando a crença de que o tempo é capaz de amenizar a dor. A jornada de quem vive o luto sem respostas é marcada por uma angústia constante, onde a busca por justiça se mistura ao sentimento de vazio deixado pela perda.
A tristeza profunda que acompanha o luto sem resolução é como uma sombra que paira sobre a vida, obscurecendo momentos que antes eram repletos de alegria. O sofrimento de Mirtes Renata Santana ecoa a falta de justiça que permeia seu luto, transformando o tempo em um inimigo implacável que apenas intensifica a dor. Em meio a essa realidade cruel, a esperança se torna um fio tênue que se agarra à memória daqueles que partiram, mantendo viva a chama da busca por respostas e paz.
Luto e Justiça: A batalha de Mirtes por Miguel
No dia 2 de junho de 2020, Mirtes viveu um momento que a marcaria para sempre. Encontrou seu filho, Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos, gravemente ferido após uma queda fatal de 35 metros. A dor, tristeza e sofrimento a acompanhariam a partir daquele momento. O período de pandemia da Covid-19 tornava tudo mais desafiador, com a creche fechada e a necessidade de levar o filho para o trabalho.
Mirtes, empregada doméstica, cumpria suas tarefas na casa da patroa Sarí Mariana Costa Gaspar Corte Real, em meio a um cenário de luxo no Recife. Sarí, responsável por Miguel naquele momento crucial, acabou por deixar o menino sozinho, resultando em sua queda trágica. A conclusão da Justiça sobre o caso foi um processo longo e doloroso.
Em maio de 2022, Sarí foi condenada a oito anos e meio de prisão por abandono de incapaz com resultado de morte. No entanto, permanece em liberdade, enquanto Mirtes aguarda ansiosamente por justiça. As recentes decisões judiciais têm sido um fardo pesado para ela, que luta incansavelmente por um desfecho adequado.
Mirtes enfrenta a espera ‘massacrante’ a cada movimentação nos processos, buscando uma resolução justa. As decisões mais recentes, como a redução da indenização para a família de Miguel, têm sido desfavoráveis. A batalha legal continua, com possíveis recursos no Tribunal de Justiça de Pernambuco, no Superior Tribunal de Justiça e no Supremo Tribunal Federal.
Enquanto isso, Mirtes divide seu tempo entre suas atividades, incluindo o trabalho como assessora parlamentar, os estudos de Direito e seu envolvimento em causas antirracistas. Em uma entrevista à Agência Brasil, ela destacou a questão racial envolvida no caso, ressaltando as disparidades que enfrenta.
A recente redução no valor da indenização não abala a determinação de Mirtes em buscar justiça para Miguel. Ela encara a decisão com serenidade, mantendo seu foco no processo penal em andamento. A batalha pela verdade e pela conclusão adequada na Justiça continua, com Mirtes como uma voz incansável em meio ao luto e à busca por justiça.
Fonte: @ Agencia Brasil