Voluntários da Fundação Tangaroa Blue australiana reutilizam boias de pesca com GPS para localizar e retirar pescas, redes fantasmas, cascos abandonados e débris marino, salvando animais marinhos durante operações de limpeza do Projeto ReCon. Equipamentos GPS habilitados. Tangaroa Blue Foundation Azul Satlink.
Em uma iniciativa inovadora, pescadores locais estão unindo forças para combater o problema das redes fantasmas nos oceanos. A pesca é uma atividade essencial para muitas comunidades costeiras, mas as redes fantasmas representam uma ameaça séria para a vida marinha. Com o uso de tecnologia de ponta, os voluntários conseguem rastrear e remover essas redes perdidas com mais eficiência, contribuindo para a preservação dos ecossistemas marinhos.
Além disso, a recuperação de equipamentos de pesca abandonados também é uma prioridade para esses defensores do oceano. As redes drift e outros equipamentos descartados de forma inadequada podem continuar a capturar animais marinhos por anos a fio. Ao remover esses resíduos do ambiente marinho, os voluntários estão fazendo a diferença na proteção da vida marinha e na promoção de práticas sustentáveis de pesca. A conscientização sobre os impactos das redes fantasmas é essencial para garantir a saúde dos oceanos para as gerações futuras.
Pesca, redes fantasmas;
No entanto, o estudo também apontou uma grande escassez de informações sobre a atividade pesqueira no País, o que sugere que a situação da fauna marinha pode ser ainda mais crítica. Receba as últimas notícias diretamente no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra A pesca fantasma ocorre quando equipamentos de pesca, como redes de emalhar e de arrasto, varas, linhas, anzóis, espinhéis e armadilhas, são abandonados ou descartados no oceano, causando danos sérios aos animais. Esse é um desafio sério no Brasil, porém não é exclusivo do país. Notícias relacionadas Para evitar plástico, marca brasileira cria sabonete líquido em lata que se assemelha a bebida As incríveis imagens de um dos locais mais isolados da Terra Menor tamanduá do mundo simboliza a preservação de manguezais nordestinos Em Portugal, por exemplo, ao menos um golfinho morre acidentalmente em redes de pesca a cada dia, conforme Catarina Eira, bióloga responsável pelo Centro de Reabilitação de Animais Marinhos do país europeu, afirmou em 2020 ao Ciência com Impacto. Com estatísticas alarmantes do impacto na vida marinha em todo o mundo, já existe uma iniciativa na Austrália que busca enfrentar essa ameaça. Trata-se de um grupo de voluntários da ONG Tangaroa Blue Foundation, que desenvolveu uma abordagem inovadora para lidar com o problema das redes de pesca fantasmas. Neste contexto, quando abandonadas no mar, podem aprisionar animais marinhos, ferindo-os e levando-os à morte por inanição, já que os animais não conseguem se movimentar ou se alimentar. Voluntários da ONG Tangaroa Blue Foundation na Austrália estão reutilizando boias de pesca com GPS para localizar e remover redes de pesca Foto: Divulgação/ONG Tangaroa Blue Foundation Como a iniciativa opera A ONG coordena a Iniciativa Australiana de Detritos Marinhos (AMDI) e, desde o lançamento do programa em 2004, já retirou mais de 24 milhões de fragmentos de detritos marinhos da costa australiana. Todos os dados coletados durante essas operações foram registrados no Banco de Dados AMDI. Já em 2022, a instituição deu início a um novo projeto, intitulado ‘Projeto ReCon’, após os voluntários encontrarem boias de pesca abandonadas equipadas com GPS durante uma operação de limpeza. Em vez de descartar esses dispositivos, perceberam que as boias ainda estavam funcionais e poderiam ser reutilizadas para localizar outras redes fantasmas. A ação conta com o apoio de empresas de tecnologia como a Satlink, que recondiciona e testa as boias para garantir que seus sistemas de GPS estejam operacionais. Uma vez reativadas, essas boias são lançadas novamente ao mar, auxiliando na identificação e remoção de redes de pesca abandonadas. Segundo Kathryn Gavira, chefe de Ciência e Sustentabilidade da Satlink, a tecnologia também possibilita a criação de cercas virtuais ao redor dos recifes, fornecendo alertas antes que as redes alcancem áreas sensíveis. Desafios e atuação O projeto desenvolvido pela instituição australiana ainda enfrenta desafios logísticos significativos: algumas redes são tão grandes que podem medir odobro do comprimento de um campo de futebol, o que torna sua remoção uma tarefa complexa. Além disso, a presença de redes drift em áreas remotas e profundas representa um desafio extra para as equipes de limpeza. No entanto, os voluntários da Tangaroa Blue Foundation estão determinados a continuar sua missão de proteger os oceanos e as criaturas que neles habitam. Com o apoio de parceiros e tecnologia de ponta, eles esperam reduzir significativamente o impacto das redes fantasmas na vida marinha e promover a conscientização sobre a importância da pesca sustentável. A luta contra as redes fantasmas é uma batalha contínua, mas com a dedicação e o comprometimento dos voluntários e colaboradores, há esperança de um futuro mais limpo e seguro para os oceanos do nosso planeta.
Fonte: @ Terra