Especialistas brasileiros discutem a condução da epidemia da dengue e ações de enfrentamento, considerando o cenário global e local.
A situação da dengue é preocupante em diferentes partes do mundo, afetando a saúde de milhares de pessoas anualmente. Em diversos países, como Brasil, Costa Rica, Guatemala, Honduras e México, a propagação dos sorotipos da dengue tem sido um desafio para os sistemas de saúde locais.
A dengue, conhecida como uma doença transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti, pode manifestar-se de diversas formas, inclusive como febre hemorrágica transmitida por mosquito. A prevenção e o controle eficaz dos vetores são essenciais para combater a propagação da dengue e reduzir o número de casos de febre hemorrágica.
A Importância do Enfrentamento à Dengue
Com o cenário global e local da doença transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti em destaque, a discussão sobre os acertos e erros dos gestores públicos na condução da epidemia de dengue foi o foco principal do colóquio ‘Avanços e Perspectivas no Enfrentamento à Dengue’, realizado recentemente em Brasília. O evento, sediado na Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), reuniu especialistas brasileiros em arboviroses, representantes da Opas e da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Durante o colóquio, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, apresentou o atual cenário epidemiológico da dengue no país e destacou as ações essenciais para prevenção e controle da febre hemorrágica transmitida por mosquito. As discussões matinais abordaram o panorama da enfermidade e estratégias para enfrentar a epidemia, com insights valiosos de profissionais da área.
O pesquisador da Fiocruz, Rivaldo Venâncio da Cunha, ressaltou que atribuir a culpa da epidemia aos gestores de saúde é um equívoco comum. Ele enfatizou que, ano após ano, desde 1986, o Brasil enfrenta epidemias de dengue em diferentes localidades, evidenciando a necessidade de um aprendizado contínuo por parte da sociedade e dos profissionais de saúde.
A representante da Opas no Brasil, Socorro Gross, salientou a importância contínua do combate ao mosquito Aedes Aegypti, enfatizando que fatores como mudanças climáticas e desigualdades sociais impactam diretamente na propagação da doença. Enquanto o médico infectologista David Uip enfatizou a complexidade do enfrentamento da dengue e a importância de abandonar a busca por culpados para focar em soluções eficazes.
No período da tarde, estados como Minas Gerais, Rio de Janeiro e Ceará compartilharam suas experiências no combate à dengue, destacando os obstáculos encontrados ao lidar com a resiliência do Aedes Aegypti. Especialistas e pesquisadores reforçaram a dificuldade em frear a proliferação do mosquito transmissor, evidenciando a necessidade de novas abordagens e estratégias para superar esse desafio.
Ao encerrar o colóquio, os representantes da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente anunciaram a intenção de realizar novas edições do evento para compartilhar e consolidar as experiências trocadas, fortalecendo assim a luta contra a epidemia de dengue e outras arboviroses. O diálogo contínuo e a busca por soluções inovadoras são fundamentais para enfrentar os desafios impostos por essa doença grave e persistente.
Fonte: @ Ministério da Saúde