Novo estudo identificou alterações genéticas potentialmente ligadas a essa condição, predominante em idosos e mulheres (ICSD3). Análises de 100 mil pacientes revelaram melhores formas de gerir e tratar, com 22 loci de risco genético (ICSD3) e interação complexa observada em estudos anteriores. (132 caracteres)
Recentemente, uma pesquisa inovadora divulgada na revista especializada Science Advances revelou novas evidências sobre a síndrome das pernas inquietas. Esse estudo apontou possíveis fatores genéticos associados à síndrome das pernas inquietas, uma condição que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, causando desconforto e irritação nas pernas.
Além disso, foi observado que a síndrome das pernas inquietas pode estar diretamente ligada ao distúrbio do sono relacionado aos movimentos, trazendo à tona a importância de compreender e tratar essa condição de forma abrangente. O distúrbio do sono relacionado aos movimentos pode resultar em uma necessidade incontrolável de mover as pernas durante o repouso, gerando um ciclo de desconforto e interrupção do sono.
Descobertas sobre a Síndrome das Pernas Inquietas
As descobertas recentes sobre a síndrome das pernas inquietas; podem ajudar a identificar pessoas com maior risco de desenvolver a doença e apontar possíveis novas formas de tratamento. Esta condição, também conhecida como distúrbio do sono relacionado aos movimentos na Classificação Internacional dos Distúrbios de Sono (ICSD3), é descrita como uma condição de formigamento incômodo nas pernas, acompanhada por uma necessidade incontrolável de movê-las durante o repouso.
Apesar de ser relativamente comum, com um a cada 10 idosos apresentando sintomas, sendo que de 2 a 3% deles são gravemente afetados, suas causas ainda são desconhecidas. Estudos anteriores já identificaram 22 loci de risco genético, regiões do genoma que contêm alterações associadas ao risco aumentado de desenvolver a doença. No entanto, ainda não existem biomarcadores conhecidos que possam ser utilizados para diagnosticar a síndrome.
Pesquisadores do Instituto Helmholtz de Neurogenômica de Munique, do Instituto de Genética Humana da Universidade Técnica de Munique (TUM) e da Universidade de Cambridge reuniram e analisaram dados de três estudos de associação genômica. Ao combinar os dados, a equipe conseguiu criar um conjunto com informações de mais de 100 mil pacientes afetados pela condição e mais de 1,5 milhão de pessoas saudáveis.
Este estudo é o maior do gênero sobre esta condição comum, mas pouco compreendida. Ao compreender a base genética da síndrome das pernas inquietas;, esperamos encontrar melhores formas de a gerir e tratar, melhorando potencialmente a vida de muitos milhões de pessoas afetadas em todo o mundo, destaca Steven Bell, co-autor do estudo e pesquisador da Universidade de Cambridge.
A pesquisa identificou mais de 140 novos loci de risco genético para a síndrome das pernas inquietas;, um aumento em oito vezes do número conhecido anteriormente, para 164, incluindo três loci no cromossomo X. Os pesquisadores observaram que não encontraram diferenças genéticas entre homens e mulheres, apesar de a doença ser duas vezes mais comum em mulheres, o que sugere uma interação complexa entre genética e hormônios.
Por outro lado, a pesquisa identificou duas diferenças genéticas que envolvem genes conhecidos como receptores de glutamato 1 e 4, importantes para a função nervosa e cerebral, respectivamente. Segundo os pesquisadores, esses genes poderiam ser alvos de medicamentos existentes, como anticonvulsionantes (perampanel e lamotrigina), ou poderiam ser usados para o desenvolvimento de novos remédios para a síndrome das pernas inquietas;.
Fonte: © CNN Brasil