Descobrida: Pesquisadores do Instituto do Sono e Unifesp estudam risco de hiper-homocisteinemia em pessoas acima de 40 anos. Interrupções recorrentes na musculatura da garganta podem causar relaxamento e check-up revelou correlação bidirecional com níveis de aminoácido. Pacientes de SUS precisam informar alimentos ricos em nutrientes para estrategia de controle. (146 caracteres)
Realizar exames para verificar os níveis sanguíneos de um aminoácido denominado homocisteína pode ser útil na previsão do risco de desenvolvimento da apneia obstrutiva do sono. Esse distúrbio é marcado por pausas repetidas na respiração devido ao relaxamento dos músculos da garganta durante o sono, o que pode levar a complicações de saúde a longo prazo.
É fundamental estar atento aos sintomas da apneia do sono, como sonolência durante o dia e ronco alto, para buscar tratamento adequado a fim de reduzir os impactos dessa condição. O diagnóstico precoce e o acompanhamento médico são essenciais para cuidar da saúde e melhorar a qualidade de vida de quem sofre com a apneia.
Novas descobertas sobre a relação entre apneia obstrutiva do sono e níveis de homocisteína
Uma descoberta recente, feita por pesquisadores do Instituto do Sono e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), com apoio da FAPESP, trouxe novas perspectivas sobre a apneia obstrutiva do sono. Este distúrbio, caracterizado por interrupções recorrentes na respiração durante o sono devido ao relaxamento da musculatura da garganta, tem sido objeto de estudo devido aos impactos significativos em pacientes afetados. Através de um simples exame de sangue, os médicos agora podem predizer o risco de agravamento da condição em pacientes com formas leves ou moderadas de apneia do sono.
A professora da Unifesp, Monica Levy Andersen, explicou que há uma possível relação bidirecional entre a apneia obstrutiva do sono e os níveis aumentados de homocisteína no sangue. A equipe de pesquisa está investigando se a elevação da homocisteína agrava a apneia ou se a apneia causa o aumento desse aminoácido no sangue. A proposta é que mais médicos solicitem esse exame em check-ups de pacientes acima de 40 anos para obter mais informações sobre essa correlação, de forma acessível ao SUS.
Os níveis elevados de homocisteína, acima de 15 micromol por litro de sangue, têm sido associados a problemas cardiovasculares, incluindo doença coronariana, trombose e AVC. A deficiência de vitaminas B6, B9 e B12 pode levar a um quadro de hiper-homocisteinemia. Portanto, a inclusão de alimentos ricos nessas vitaminas na dieta ou a suplementação pode ser uma estratégia para equilibrar os níveis desse aminoácido no sangue, conforme aponta a pós-doutoranda Vanessa Cavalcante-Silva.
O papel do sono na saúde e a importância do Estudo Epidemiológico do Sono
Sob a coordenação do professor Sergio Tufik, o Estudo Epidemiológico do Sono (Episono) tem investigado a qualidade do sono e os distúrbios do sono na cidade de São Paulo há mais de uma década. Os resultados do Episono 2007 revelam que uma parcela significativa da população paulistana apresenta quadros de ronco e apneia do sono, apontando para a relevância do tema.
Além dos impactos no ambiente familiar e na saúde cognitiva, a apneia obstrutiva do sono está associada ao envelhecimento celular acelerado e ao aumento do risco de doenças como hipertensão, diabetes e insuficiência cardíaca. A pesquisa coordenada por Andersen selecionou voluntários do Episono para investigar a possível correlação entre a apneia do sono e os níveis de homocisteína no sangue, abrindo caminho para novas descobertas nesta área essencial para a saúde.
Fonte: © CNN Brasil