Fabiana Justus recebeu doação de medula óssea; procedimento seguro e eficaz, segundo hematologistas da SBTMO. A doação de células-tronco hematopoiéticas salva vidas.
A atriz e cantora Camila Queiroz, de 28 anos, também recebeu um transplante de medula óssea recentemente. A notícia foi divulgada em suas redes sociais nesta quinta-feira, 28. Camila lutava contra uma doença rara que afetava sua produção de células sanguíneas.
A importância da doação de medula óssea é fundamental para salvar vidas. Milhares de pacientes aguardam na fila por um doador compatível e esta atitude solidária pode ser a diferença entre a vida e a morte. Seja um doador de medula e faça a diferença na vida de alguém!
Por que a doação de medula óssea é tão importante?
No seu instagram, ela destacou a importância da doação e agradeceu o doador anônimo pelo gesto. Mas quem pode doar medula óssea? Como é feito o procedimento?
Veja abaixo respostas para as principais dúvidas sobre o tema.O que é medula óssea?PUBLICIDADEÉ a região do corpo que produz as células sanguíneas, como as hemácias (que transportam oxigênio) e os leucócitos (que protegem o organismo de infecções).
Ela está localizada no interior dos ossos e as suas células que produzem as células sanguíneas são chamadas de células-tronco hematopoiéticas.É importante destacar que trata-se de uma estrutura diferente da medula espinhal, composta por células nervosas e localizada na coluna vertebral.Quem precisa da doação de medula óssea?Pessoas com doenças que comprometem a produção das células sanguíneas, segundo o Ministério da Saúde.
É o caso de alguns pacientes com leucemia, síndromes de imunodeficiência congênita ou aplasia de medula óssea.Trata-se de um comprometimento bastante grave, que deixa a pessoa vulnerável a infecções, anemia e sangramentos, de acordo com o hematologista Fernando Barroso Duarte, presidente da Sociedade Brasileira de Terapia Celular e Transplante de Medula Óssea (SBTMO).Doação de medula óssea pode ser feita por meio de punção no osso da bacia ou por coleta de sangue Foto: Алексей Доненко/Adobe Stock Quem pode doar medula óssea?É possível doar medula óssea para um parente (pelo fato de aumentar a chance de compatibilidade) ou para desconhecidos, por meio do Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome).
Para esse formato, o Ministério da Saúde estabelece alguns critérios para a doação de medula óssea.
São eles:PublicidadeTer entre 18 e 35 anos;Estar em bom estado de saúde;Não ter doença infecciosa transmissível pelo sangue, como HIV ou hepatite;Não ter histórico de câncer, doenças autoimunes ou hematológicas.O hematologista Jayr Schmidt Filho, líder do Centro de Referência de Neoplasias Hematológicas do A.C. Camargo Cancer Center, explica que o limite de 35 anos é para cadastro no Redome.
Mas após o cadastro, o doador permanece no banco de dados e pode doar até os 60 anos.
Como a compatibilidade é determinada para o transplante de medula óssea?
‘Para doadores que são parentes, como irmãos, não há esse limite de idade, a avaliação é feita caso a caso’, explica o especialista.Leia tambémFabiana Justus consegue doador de medula 100% compatívelLula sanciona lei que facilita localização de doadores de medula óssea; veja como vai funcionarMarido de Silvia Poppovic está tratando leucemia e filha doará medula óssea ao paiComo é feita a doação de medula óssea?Para quem deseja se inscrever no Redome, o primeiro passo é buscar um banco de sangue próximo para fazer o cadastro, pontua Duarte.
‘Em seguida, será coletada uma amostra do seu sangue para testar a compatibilidade possível com outras medulas ósseas, num teste chamado HLA’, pontua.Vale destacar que esses dados continuam registrados no Redome e, caso identifiquem a compatibilidade entre um doador e um receptor cadastro, o banco de sangue entrará em contato.Como saber se a sua medula óssea é compatível com a de outra pessoa?PUBLICIDADEA compatibilidade para doação de medula óssea é diferente da de doação de sangue.
Trata-se de uma análise mais complexa, feita pelo teste HLA.
De maneira geral, segundo o presidente da SBTMO, é necessário que a compatibilidade seja de ao menos 50%, mas a chance de encontrar uma medula óssea compatível é de 1 em 100 mil.’Por isso, é fundamental que mais pessoas doem, para que quem precisa tenha mais chances de achar uma medula compatível’, pontua.Além disso, a compatibilidade tende a ser maior entre pessoas da mesma família.
Segundo o Ministério da Saúde, entre irmãos, a chance de compatibilidade é de 30%. ‘O mais prático é buscar na família primeiro. Se não houver ninguém na família, verifica-se o Redome’, diz Schmidt Filho.PublicidadeComo é feita a doação de medula óssea?Ela é realizada pela coleta de células tronco localizadas na medula óssea.
Isso pode acontecer de duas formas principais:Diretamente pela medula óssea: Esse método é feito a partir de punções das células do osso do quadril do doador e demanda internação cirúrgica de pelo menos 24 horas, e o doador recebe anestesia para passar pelo procedimento.Coleta de células tronco periféricas, ou seja, não diretamente na medula óssea: Nesta modalidade, o doador recebe um medicamento que estimula a produção de células tronco e, cinco dias depois, as células são coletadas pela sua corrente sanguínea.
Pode acontecer em centros de transplante ou de doação de sangue.Em altaSaúde5 exercícios que odiamos e por que você deve fazê-los mesmo assimRugas: confira os tipos, as causas, como atrasar o aparecimento e as principais formas de tratarRepelentes: tudo o que você precisa saberTrata-se, de acordo com Duarte, de um procedimento seguro e relativamente simples.
‘A coleta de medula óssea é feita há mais de 50 anos no Brasil’, destaca.Há riscos para o doador de medula óssea? O procedimento é dolorido? O primeiro ponto destacado pelos especialistas é que o organismo produz naturalmente células tronco produtoras de sangue. Por isso, a doação de medula óssea, diferente da doação de órgãos, como de rim, por exemplo, não é irreversível.
Nesse sentido, ela se assemelha mais à doação de sangue – de acordo com o Ministério da Saúde, em duas semanas o doador produz as células necessárias para ‘recuperar’ o que foi doado.Apesar disso, em especial quando a coleta é feita diretamente na medula, de acordo com a pasta, o doador pode apresentar dor no local por alguns dias.
Nesses casos, a maioria retoma as suas atividades normais após uma semana.No doação feita pela coleta de sangue, é possível que o doador tenha um quadro gripal durante o uso de medicamento para aumentar a produção de células-tronco hematopoiéticas ou apresente dor nos ossos por causa da medicação.
Nessa modalidade, contudo, a volta para as atividades de rotina é mais rápida e pode acontecer no dia seguinte da doação.Duarte destaca que a doação de medula óssea foi uma virada de chave na ciência.
‘É um procedimento que salva muitas vidas e em que o doador está vivo e não terá sequela nenhuma’, diz.PublicidadeComo a nova medula óssea é transferida para o receptor?Para receber a medula óssea, o paciente já deve ter destruído a sua própria com quimioterapia ou radioterapia, de acordo com o Ministério da Saúde.
O procedimento de transferência é feito por transfusão de sangue e, em três semanas, ela provavelmente já estará funcionando, de acordo com a pasta. /COLABOROU FABIANA CAMBRICOLIEncontrou algum erro?Entre em contatoCompartilhe:Tudo Sobremedula ósseaFabiana JustusleucemiaComentáriosOs comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.Já sou Assinante
Fonte: @ Estadão