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A recuperação da vegetação da Caatinga se torna essencial diante da urgência em preservar esse bioma único e tão ameaçado. As mudanças climáticas têm impactado severamente a região, prolongando as secas e comprometendo a qualidade da água disponível. O processo de desertificação avança, tornando evidente a necessidade de ações efetivas para reverter esse cenário.
Para promover a restauração da vegetação nativa da Caatinga, é fundamental investir em projetos de replantio e revegetação. A recomposição do bioma se mostra como uma medida crucial para garantir a sobrevivência da fauna e flora locais. A união de esforços em prol da recuperação da Caatinga é imprescindível para assegurar um futuro sustentável para essa região tão rica em biodiversidade.
Recuperação da Vegetação da Caatinga: Estratégia Eficaz e Produtiva
A recuperação imediata e produtiva da vegetação nativa é a estratégia mais eficaz para enfrentar este desafio, tanto do ponto de vista socioeconômico quanto ambiental. Esta é a proposta do nosso Projeto de Lei nº 1990/2024, recém apresentado ao Senado Federal, que visa a instituir uma Política Nacional para a Recuperação da Vegetação da Caatinga.
Isso porque a mata retém a água no solo, suprindo os lençóis freáticos e garantindo a estabilidade do abastecimento hídrico para a população, além de ajudar a manter o clima local mais fresco. A revegetação também captura carbono, mitigando os efeitos adversos das mudanças climáticas, ademais de gerar emprego e renda e produzir alimentos.
Com isso, a recuperação da vegetação do bioma constitui uma tecnologia eficiente para mitigar os efeitos adversos das mudanças climáticas e para adaptar o Nordeste brasileiro aos novos tempos. Com árvores plantadas e áreas recompostas, evitaremos que o semiárido brasileiro se torne inabitável. Mais do que isso, no esforço de recuperar a Caatinga, desenvolveremos a economia da recuperação da vegetação nativa, promovendo o crescimento de uma região carente do nosso país e reduzindo desigualdades. De quebra, o bioma que já um eficiente sumidouro de carbono terá esse serviço ecossistêmico potencializado.
Segundo a Embrapa, na última década, cada hectare da Caatinga capturou mais de 5 toneladas de CO2, o que a torna uma das regiões secas que mais remove gases de efeito estufa. Estudo do Instituto Escolhas traz números concretos sobre essa estratégia. A Caatinga tem 1 milhão de hectares que precisam ser replantados.
Ao recuperar essa área: (i.) removeríamos mais de 702 milhões de toneladas de carbono da atmosfera; (ii.) estimularíamos o desenvolvimento da economia da recuperação da vegetação nativa, com a geração de 465.888 empregos e a produção de mais de 1 bilhão de mudas de árvores, que são necessárias para a recomposição do bioma; (iii.) produziríamos 7 milhões de toneladas de frutas, verduras e hortaliças, com a recuperação de áreas em assentamentos rurais por meio de sistemas agroflorestais, que conciliam o plantio de espécies nativas com a produção de alimentos.
Com isso, também ajudaríamos o Brasil a cumprir a meta de recuperar 12 milhões de hectares de vegetação nativa até 2030, compromisso assumido pelo país no âmbito do Acordo de Paris sobre Mudança do Clima.
O Projeto de Lei caminha no mesmo sentido de experiências internacionais bem-sucedidas, que propiciam a geração de empregos e a criação de infraestruturas verdes a partir da recuperação ambiental. O Movimento do Cinturão Verde mobilizou mulheres de regiões rurais do Quênia para recompor grandes áreas florestais, como resposta à escassez de água e de alimentos em seus territórios. A fundadora do movimento, a professora e ativista Wangari Maathai, ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 2004, em razão do sucesso de seu projeto.
Já o presidente norte americano Joe Biden lançou o programa American Climate Corps, com o objetivo de restaurar a vegetação nativa e promover a recuperação dos ecossistemas. Esse programa visa mitigar eficazmente os impactos das mudanças climáticas e adaptar as regiões vulneráveis, seguindo um modelo ecosistêmico potencializado.
Fonte: @ CNN Brasil