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No Encontro da OPS (Organização Panamericana da Saúde), 27 países latino-americanos discutiram desigualdades étnico-raciais. Lideranças populares e especialistas debateram avanços, oportunidades e progressão. Estratégia, Plano, Ação abordaram etnicidade, saúde, moradia, renda básica, acesso e educação dignas de trabalho.
Nesta quarta (3), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, marcou presença no ‘Encontro Regional: Enfrentando os desafios do racismo na saúde’, em Brasília.
O evento abordou questões cruciais relacionadas ao racismo e suas ramificações na sociedade, destacando a importância de combater a discriminação em todas as suas formas.
Racismo e Discriminação: Desafios e Oportunidades na Luta Contra as Desigualdades Étnico-Raciais
Com uma extensão de três dias, o evento promovido pela Organização Pan-americana da Saúde (Opas) reúne líderes, especialistas e autoridades de 27 países para discutir estratégias de combate à exclusão de negros, indígenas e outros grupos étnicos tradicionais nas Américas. O principal foco da iniciativa é analisar os avanços e oportunidades para a implementação do Plano de Ação sobre Etnicidade e Saúde para as Américas, que visa abordar as desigualdades existentes e foi aprovado por unanimidade pelos estados-membros da Opas.
Durante a cerimônia de abertura, Nísia destacou a rica diversidade étnica e cultural das Américas, ao mesmo tempo em que ressaltou as disparidades na saúde que afetam o continente. De acordo com dados do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida no Brasil é, em média, quatro anos menor para negros e indígenas em comparação com a população branca. Essa realidade evidencia a urgência de combater o racismo em todas as suas formas.
A ministra enfatizou que a batalha contra o racismo vai além do atendimento de saúde, abrangendo também a necessidade de enfrentar os determinantes sociais que perpetuam a discriminação, como as condições de moradia, a garantia de renda básica, o acesso à educação e a criação de ambientes de trabalho dignos.
Em seu discurso, a ministra recordou a fase preparatória que antecedeu o evento, incluindo o seminário ‘Saúde Sem Racismo: Dialogando com os Movimentos’, realizado no mês anterior. As contribuições desse encontro foram apresentadas à Opas pela delegação brasileira, que contou com a participação de mais de 170 representantes de movimentos sociais, acadêmicos e do setor público, além das ministras da Igualdade Racial, Anielle Franco, e dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara.
A ministra ressaltou a importância da colaboração interministerial para impulsionar a agenda de equidade étnico-racial em todos os países participantes. O encontro regional continuará até a próxima sexta-feira, nas instalações da Opas, em Brasília, reunindo diversas vozes comprometidas com a promoção da saúde e da igualdade para todos.
Fonte: @ Ministério da Saúde