Técnica usa inteligência artificial (IA) para criar videos adulterados realistas, colocando pessoas em situações inusitadas.
O avanço da tecnologia possibilitou a criação de uma técnica chamada deepfake, que utiliza a inteligência artificial para alterar fotos e vídeos, inserindo rostos de pessoas em cenas nas quais elas não estavam presentes. Dessa forma, é possível modificar discursos e situações, gerando preocupação quanto ao uso desses recursos em campanhas políticas e na disseminação de notícias falsas.
A disseminação de deepfakes na internet tem levantado discussões sobre a veracidade das informações compartilhadas nas redes sociais. A manipulação de conteúdo multimídia pode causar danos à reputação de indivíduos e disseminar informações falsas, o que demanda uma maior atenção e controle por parte das plataformas digitais. É preciso desenvolver estratégias para coibir a propagação de deepfakes e garantir a autenticidade das informações veiculadas online.
Impacto das deepfakes nas Eleições Municipais
Por isso, o TSE proibiu o uso de deepfakes nas eleições municipais deste ano. A criação de vídeos adulterados e realistas ficou muito mais simples com o chamado deepfake. Com ele, é possível colocar pessoas em situações constrangedoras ou, no mínimo, inusitadas.
Regulamentação das deepfakes nas Eleições Municipais
Na terça-feira (27), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou 12 propostas de resolução que serão aplicadas nas eleições municipais deste ano. Entre elas, estão regras para o uso da Inteligência Artificial (IA) e até mesmo a proibição do uso dos deepfakes nas campanhas.
Entendendo o deepfake
➡️ Mas o que o termo deepfake significa? Deepfake é uma técnica que permite alterar um vídeo ou foto com ajuda de inteligência artificial (IA). Com ele, por exemplo, o rosto da pessoa que está em cena pode ser trocado pelo de outra; ou aquilo que a pessoa fala pode ser modificado.
Isso é possível com o uso de aplicativos criados com essa finalidade. Um dos usos mais preocupantes dessas ferramentas é a criação de vídeos pornográficos com o rosto de outras pessoas. Em 2020, um relatório da empresa Sensity indicou que nudes falsos de mais de 100 mil mulheres estavam sendo compartilhados na internet.
Deepfakes na política
As imagens adulteradas também são usadas na política.
Em 2019, a ex-presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, foi vítima de um deepfake que se baseou em um vídeo autêntico para sugerir que a representante democrata tinha dificuldades na fala em um discurso.
O autor desse deepfake desacelerou o vídeo original e editou a fala para dar a entender que ela estava tropeçando em suas palavras. O conteúdo com desinformação teve ampla circulação nas redes sociais e chegou a ser removido do YouTube. Inicialmente, o Facebook se limitou a reduzir a distribuição do vídeo e a alertar usuários que o material poderia ser enganoso.
No início de 2020, a plataforma anunciou que passaria a remover deepfakes, exceto em casos de sátiras. Antes do vídeo falso de Pelosi, até mesmo o presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, apareceu em um deepfake. O vídeo adulterado mostra o que seria ele falando sobre dominar o mundo e foi mantido no ar pelo Instagram, controlado pela empresa do executivo.
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Fonte: © G1 – Tecnologia