Segundo o diretor do Banco Central, especular sobre próximas decisões do Copom baseado em uma variável e termos é engano: engano, especulação, Copom, variável, termos, função, Banco Central, disposição, alterar, Selic, prêmios, curva inflação, taxas, juros futuros, apostas, aperto monetário, setembro.
Em um evento realizado em Belo Horizonte, o diretor de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolis, compartilhou com empresários sua visão sobre a economia atual. Galípolis enfatizou a importância de considerar múltiplas variáveis ao tentar prever as ações futuras do BC, destacando a complexidade das decisões envolvidas.
Galípolis reiterou a postura cautelosa do Banco Central em relação aos riscos, ressaltando a necessidade de uma abordagem abrangente e cuidadosa. O diretor enfatizou a importância de analisar o cenário econômico de forma holística para garantir decisões sólidas e fundamentadas.
Galípolis e a Política Monetária
Do ponto de vista das variáveis, seria um equívoco tentar antecipar a decisão que o Banco Central vai tomar olhando apenas uma variável. Temos uma série de dados que precisam ser analisados’, afirmou o diretor. Galípolo mencionou que o BC estará atento e aberto para a próxima reunião do Conselho de Política Monetária (Copom). O diretor do Banco Central destacou que a instituição tem observado o câmbio e uma série de outras variáveis. Segundo ele, entram na conta outros fatores menos óbvios, como um desemprego em níveis bastante baixos, crescimento da renda que vem batendo recordes, mercado de trabalho apertado e o PIB sendo revisado sistematicamente para cima.
‘Todos nós entendemos como um êxito a possibilidade de as pessoas ganharem mais dinheiro. Ninguém tem sentimento perverso de torcer pelo contrário. Mas é importante tomar cuidado para que esses fatores não provoquem um desarranjo, causando um crescimento da demanda muito acelerado em relação à oferta, o que poderia gerar pressão inflacionária e corroer o poder aquisitivo da população. A função do Banco Central é ser o chato na festa. Quando a festa está ficando animada, pede para os outros abaixarem o volume’, afirmou Galípolo.
O diretor do BC participou de um evento do Conexão Empresarial, realizado em Belo Horizonte pela VB Comunicação. Diante de um alívio expressivo no mercado de câmbio, com o dólar testando o nível de R$ 5,40 hoje, os juros futuros têm uma nova rodada de retirada de prêmio de risco, que se espalha por toda a curva a termo. O processo é mais intenso nos vértices intermediários e longos, à medida que novas declarações hawkish de Galípolo reforçaram a percepção de uma disposição a elevar a Selic, se necessário, fortalecendo a retirada de prêmios da curva.
Por volta de 13h25, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 caía de 10,84% no ajuste anterior para 10,815%; a do DI para janeiro de 2026 recuava de 11,655% para 11,565%; a do contrato para janeiro de 2027 cedia de 11,565% para 11,425%; e a do DI para janeiro de 2029 passava de 11,51% para 11,395%. O alívio relevante no câmbio doméstico voltou a puxar para baixo as taxas futuras de juros desde o início da sessão e se intensificou.
Além disso, o aumento nas apostas em uma retomada do aperto monetário a partir de setembro, com cada vez mais adeptos, tem ajudado a reduzir, ainda que aos poucos, as expectativas de inflação. No Focus, a mediana das projeções para o IPCA de 2025 passou de 3,97% para 3,91%, em um contexto que abarca, ainda, a alta das expectativas para a Selic no fim do próximo ano, de 9,75% para 10%. Assim, a valorização do real e as expectativas de inflação em leve queda ajudam a derrubar as taxas futuras no ‘miolo’ da curva, em um processo que se estende para a ponta longa.
Fonte: @ Valor Invest Globo