Ministro de Estado propõe projeto polêmico que impede casais homossexuais de terem filhos por barriga de aluguel, gerando injustiça. Pesquisa de opinião foi realizada.
O legislativo grego está em vias de aprovar a lei que permitirá o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Esta votação histórica representa um avanço significativo na luta pela igualdade de direitos civis no país. Com o apoio da maioria da população, espera-se que a medida seja aprovada sem grandes dificuldades.
A legalização do casamento gay na Grécia é um marco importante para a comunidade LGBTQ+ no país, que há anos luta pelo reconhecimento da união homoafetiva. A decisão do parlamento grego reflete um movimento global em direção à inclusão e respeito à diversidade. A expectativa é de que, com essa conquista, mais avanços sejam alcançados em prol dos direitos das pessoas do mesmo sexo.
Principal oposição
O projeto de lei elaborado pelo governo de centro-direita do primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis é apoiado por quatro partidos de esquerda, incluindo o principal partido da oposição, Syriza. Ou seja, na prática, isso pode garantir uma maioria confortável para a aprovação, quando a votação começar.
Espera-se que vários parlamentares de esquerda se abstenham ou votem contra a reforma – mas não o suficiente para anular o projeto. Três pequenos partidos de extrema-direita e o Partido Comunista de inspiração soviética rejeitaram a proposta.
Na abertura do debate de dois dias, na quarta-feira (14), o Ministro de Estado Akis Skertsos argumentou que a maioria dos gregos já aceita a ideia de casamentos entre pessoas do mesmo sexo. ‘Não estamos decidindo sobre mudanças nesta câmara’, disse ele. ‘Já aconteceu…
A sociedade muda e se desenvolve sem exigir a permissão do parlamento.’ O projeto visa autorizar também que os parceiros tenham filhos. Mas impede os casais homossexuais de serem pais através de mulheres que oferecem barriga de aluguel.
A parlamentar representante do partido Nova Democracia, Maria Syrengela, disse que a reforma iria corrigir uma injustiça de longa data para os casais do mesmo sexo e os seus filhos.
As pesquisas mostram que, embora a maioria dos gregos concorde com casamentos entre pessoas do mesmo sexo, eles também rejeitam estender a paternidade por meio de barrigas de aluguel a casais do sexo masculino.
Pressão da Igreja Cristão-Ortodoxo
A principal oposição ao novo projeto de lei vem da Igreja tradicionalista da Grécia.
Os religiosos afirmam que a proposta pode ferir os valores das famílias tradicionais. O chefe da Igreja Ortodoxa da Grécia, Arcebispo Ieronymos, sugeriu na quarta-feira que a votação fosse realizada por chamada nominal. Isso permitiria que fosse visto como cada parlamentar votou.
Apoiadores da Igreja e organizações conservadoras organizaram pequenos protestos contra a lei proposta, e membros de grupos de extrema-direita convocaram uma manifestação em frente ao parlamento ainda na quinta-feira.
Fonte: © G1 – Globo Mundo