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Co-fundador da Oaktree Capital avisa que o mercado americano apresenta um excesso de valorizações, mas não preocupa-se e vê mais oportunidades no crédito, com retornos esperados em setores superaquecidos: economia, problemas americanos, mercados, excessos, valorizações elevadas.
Em um cenário de alta volatilidade nos mercados financeiros, onde os investidores testemunharam excessos em diversas classes de ativos, torna-se imperativo analisar com cautela as possíveis consequências desses movimentos extremos. A busca por retornos expressivos tem levado muitos a se questionarem sobre a sustentabilidade desses ganhos, levantando preocupações sobre a possibilidade de uma correção brusca de preços.
A crescente preocupação com a inflação e a sobrevaloração de ativos tem gerado um clima de incerteza nos mercados, com muitos investidores se perguntando se os atuais níveis de preços são justificados. Em meio a esse cenário de incertezas, é essencial adotar estratégias de gestão de risco eficazes para se proteger contra possíveis turbulências no mercado. É preciso estar atento aos sinais de alerta e evitar cair na armadilha dos excessos que podem comprometer a saúde financeira dos investidores.
Excessos na economia americana e nos mercados
Para Howard Marks, cofundador da Oaktree Capital, gestora que conta com US$ 192 bilhões em ativos sob gestão, mesmo com o mercado americano aquecido e alguns setores apresentando valuations e múltiplos esticados, a situação atual não parece ser problemática. Em uma participação, via videoconferência, no evento Avenue Connection, em São Paulo, ele destacou que não enxerga grandes excessos na economia americana ou nos mercados. Segundo ele, não há excesso de otimismo e poucos setores estão superaquecidos na economia.
Marks, conhecido por seu estudo dos ciclos de mercado e autor de um livro sobre o tema lançado em 2018, mencionou que o P/L das bolsas americanas está um pouco acima do habitual, com o múltiplo do S&P 500 cerca de 20% acima da média histórica, mas isso não o preocupa. A percepção de um possível excesso de euforia no mercado americano é impulsionada pelo desempenho das empresas de tecnologia, porém, ele ressalta que em outros setores, os valuations das ações não estão tão elevados.
Além disso, Marks analisa o sentimento dos investidores em busca de sinais de excessos no mercado, observando uma postura cautelosa com preocupações sobre questões geopolíticas e o rumo da economia. Apesar de considerar as ações em patamares razoáveis, ele acredita que as melhores oportunidades de retorno estão no mercado de crédito, onde os retornos previstos estão em níveis elevados.
Com os juros em patamares mais altos e o Federal Reserve revertendo sua política monetária, Marks identifica diversas oportunidades no mercado, desde títulos seguros até papéis high yield, vislumbrando retornos na casa dos dois dígitos, algo inimaginável há algumas décadas. Ele destaca que os retornos estão atrativos e podem ser alcançados de maneira relativamente tranquila.
Fonte: @ NEO FEED