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Primeira vez estudada: mudanças frequentes de moradia na infância e adolescência de pessoas nascidas em Dinamarca, antes dos 15 anos, impactam saúde mental adulta; mudar-se de bairro, baixos rendimentos, duas ou mais vezes, períodos de 10 a 15 anos; maior probabilidade de desenvolver depressão; publicado em Jama Psychiatry.
Mudar-se de residência é uma experiência que pode trazer diversos desafios, especialmente para crianças e adolescentes. Estudos mostram que aqueles que mudam de casa com frequência têm maior propensão a desenvolver problemas de saúde mental no futuro. A adaptação a um novo ambiente, a despedida de amigos e a necessidade de se ajustar a uma nova rotina podem impactar significativamente o bem-estar emocional dos jovens.
Se mover para outro local pode ser uma oportunidade de crescimento, mas também traz consigo a necessidade de lidar com mudanças e incertezas. É importante oferecer apoio e compreensão a quem está passando por esse processo de mudança de residência, pois a estabilidade emocional durante essa transição é fundamental para o desenvolvimento saudável. A empatia e o suporte da família e da comunidade podem fazer toda a diferença nesse momento desafiador.
Estudo revela impacto de mudar-se de casa na saúde mental
Durante um estudo publicado na Jama Psychiatry, pesquisadores acompanharam pessoas nascidas na Dinamarca até a idade adulta e descobriram que aquelas que se mudaram de residência pelo menos uma vez entre os primeiros 15 anos de vida tinham uma maior probabilidade de desenvolver depressão na idade adulta. Essa relação entre mudanças de residências durante a infância e problemas de saúde mental foi evidenciada em diferentes contextos, seja em bairros de baixos rendimentos ou em locais mais abastados.
As descobertas do estudo indicam que as experiências de mudanças durante a infância, seja mudar-se para um novo bairro ou dentro do mesmo, podem ter um impacto significativo no bem-estar psicológico futuro das pessoas. Segundo os pesquisadores, as crianças que passam por mudanças de residência entre os 10 e 15 anos apresentam um aumento no risco de desenvolver depressão na idade adulta.
O estudo também apontou que a frequência das mudanças de residência está diretamente relacionada ao aumento do risco de depressão. Crianças que se mudam duas ou mais vezes durante o período de 10 a 15 anos têm um risco ainda maior em comparação com aquelas que não passam por mudanças frequentes.
Os pesquisadores destacam a importância de um ambiente doméstico estável em termos de localização para o desenvolvimento saudável das crianças. A instabilidade causada por mudanças frequentes de residência pode impactar negativamente a construção de redes sociais e a adaptação das crianças a novos ambientes.
Clive Sabel, professor de Big Data e Ciência Espacial da Universidade de Plymouth e autor principal do estudo, ressalta a relevância dessas descobertas para a compreensão dos fatores que influenciam a saúde mental. Ele enfatiza a necessidade de novas abordagens para apoiar as pessoas que enfrentam desafios decorrentes de mudanças frequentes de residência durante a infância.
Embora o estudo tenha se concentrado em pessoas dinamarquesas, os pesquisadores acreditam que os resultados podem ser aplicáveis em outras partes do mundo. Isso ressalta a importância de políticas globais que considerem o impacto das mudanças de residência na saúde mental e promovam ambientes estáveis para o desenvolvimento saudável das crianças.
Fonte: © CNN Brasil