Dois terças dos 26 índices B3 estagnaram. Entre os três que cresceram, o BDRX de Depósitos Brasileiros e Fundos Imobiliários sobe, com alta liquidez e positiva desde 2024. IFIL, Alta Liquidez e IFIX, outros fundos imobiliários, também valorizaram na bolsa.
O BDRX encerrou dois dos três trimestres do ano em alta. Mas ele não está sozinho nessa. Até setembro de 2023, dos 20 principais índices do mercado de ações brasileiro, apenas quatro apresentaram desempenho positivo, conforme análise do Valor Data com informações da B3.
Investir em BDRX pode ser uma alternativa interessante para diversificar a carteira de investimentos. Além disso, os Depósitos Brasileiros também são uma opção atraente para quem busca exposição a empresas estrangeiras listadas na B3. Diversificar entre BDRX e Depósitos Brasileiros pode ser uma estratégia eficaz para mitigar riscos e potencializar ganhos no mercado financeiro.
BDRX: O Índice dos Depósitos Brasileiros
Um, no entanto, se destacou (positivamente) mais do que os outros. O curioso, porém, é que trata-se do único que não segue o mercado brasileiro. O índice BDRX reúne os Brazilian Depositary Receipts (BDRs) não patrocinados, negociados na B3. Para quem não sabe, os BDRs são recibos de ações de empresas (estrangeiras ou não) listadas no exterior, mas negociados na B3. Trocando em miúdos, é uma forma de o investidor aplicar, indiretamente, em ações como Nvidia, Amazon e Apple, pela bolsa brasileira.
No ano até abril, ele acumula uma alta de 16,54%. No último mês, porém, sua valorização foi mais sutil: apenas 0,57%. Ainda assim, ele foi o único dos 26 índices mapeados pelo Valor Data a fechar no azul. E, levando em consideração o desempenho das bolsas americanas no último mês, o desempenho ‘fraco’ do BDRX foi até vantajoso. Afinal, após indicadores econômicos mostrarem que a economia americana segue forte (e a inflação persistente), os títulos públicos acabaram ganhando apelo por lá. A bolsa, por sua vez, acabou sendo penalizada.
Mesmo com o desempenho tímido de abril, o BDRX deixa outros índices da bolsa brasileira ‘comendo poeira’ no ano. Para se ter uma ideia, em 2024, até o mês de abril, os outros dois índices que acumulavam alta eram o IFIL, que reúne os fundos imobiliários (FIIs) de alta liquidez, e o IFIX, que reúne os FIIs de modo geral.
As altas, no entanto, não chegam nem perto da registrada pelo BDRX no mesmo período. O IFIL perdeu 0,70% no mês passado e acumula, no ano até abril, 2,17% de alta. Já o IFIX, que se desvalorizou 0,83% em abril, acumula ganhos de 2,12% em 2024 até o fechamento do mês passado. E se os índices da bolsa voltados ao mercado brasileiro já estavam sofrendo no começo do ano, agora eles podem penar um pouco mais.
Isso porque, na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o Banco Central optou por desacelerar o ritmo de queda da Selic. Com isso, a renda fixa volta mais forte ao radar e a bolsa perde o apelo. Assim, muitos investidores podem procurar ganhos maiores, inclusive, no mercado internacional.
Como investir no BDRX? Diferente do que acontece com outros índices, o BDRX não tem um ETF para chamar de seu. Para quem não sabe do que se trata, os Exchange Traded Funds (também chamados de ETFs) são fundos de gestão passiva que replicam índices de ações ou de renda fixa da bolsa. Ou seja, o investidor pode investir neles (ou seja, em várias ações ao mesmo tempo) com a mesma simplicidade que compra uma ação. Como os ETFs acompanham índices já prontos, os gestores têm menos trabalho e, assim, esses fundos costumam ter baixa taxa de administração.
Mas não ter um ETF para representar o BDRX não significa que os investidores brasileiros estão limitados. Além de poderem investir diretamente nos BDRs que preferirem, existem outros ETFs negociados na B3 que seguem os próprios índices da bolsa americana, como o IVVB11, SPXB11 e SPXI11, que acompanham o S&P 500. Já o IFIL, que reúne 65 dos fundos imobiliários mais negociados na B3, continua a apresentar uma valorização positiva.
Fonte: @ Valor Invest Globo