A Decradi enviou o caso para o Ministério Público do RJ na terça-feira após eventos em maio na Igreja Lagoinha, Itaboraí.
O Pastor Felippe Valadão, líder da igreja Lagoinha Niterói, esteve sob os holofotes da mídia recentemente, sendo indiciado por intolerância religiosa pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. A Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância) tomou essa medida e encaminhou o caso ao Ministério Público do Rio de Janeiro. As alegações levantadas em torno do Pastor Felippe Valadão têm gerado ampla discussão na comunidade religiosa.
Esse indiciamento do Pastor Felippe Valadão, além de chocar seus seguidores, também levanta reflexões importantes sobre a liberdade de expressão em discursos religiosos. O papel de um líder religioso na sociedade é sempre alvo de opiniões divergentes, o que torna esses casos ainda mais complexos. As consequências desse tipo de situação podem impactar não só a reputação do Pastor Felippe Valadão, mas também a imagem da igreja que ele representa.
Pastor Felippe Valadão e seu posicionamento polêmico em evento religioso em Itaboraí
Procurado pela reportagem, o líder religioso Pastor Felippe Valadão preferiu não comentar o indiciamento que ocorreu após suas declarações durante um evento em maio de 2022, na cidade de Itaboraí, a cerca de 58 km do Rio de Janeiro. Durante as celebrações do aniversário da cidade, Valadão fez um discurso polêmico, gerando controvérsias.
Valadão fez afirmações fortes, sugerindo que a população local se preparasse para mudanças radicais, como o fechamento de centros de umbanda na região. Suas palavras, que incluíram referências a práticas religiosas específicas, geraram reações variadas na comunidade.
O líder religioso mencionou que um novo tempo estava chegando para Itaboraí, onde, segundo ele, ‘Deus vai começar a salvar esses pais de santo que têm aqui na cidade’. Essas declarações levantaram debates sobre liberdade religiosa e respeito às diferentes crenças presentes na sociedade.
Após nove meses do discurso, Pastor Felippe Valadão e sua esposa inauguraram a igreja Lagoinha Itaboraí, expandindo assim sua presença na região. A família Valadão tem uma forte ligação com o cenário religioso, com o pastor Márcio Valadão, pai de Mariana Valadão, tendo sido líder da igreja batista Lagoinha em Minas Gerais por muitos anos.
A igreja Lagoinha, agora sob a liderança de Mariana e Felippe Valadão, possui várias filiais no estado, com uma sólida base de seguidores nas redes sociais. Apesar disso, a controvérsia em torno do discurso de Valadão em Itaboraí atraiu a atenção do Ministério Público do Rio de Janeiro, que moveu uma ação civil pública exigindo uma indenização de R$ 300 mil por danos morais coletivos.
O promotor Tiago Gonçalves Veras Gomes destacou a importância de respeitar a liberdade religiosa e evitar a agressão a direitos fundamentais. Enquanto alguns apoiavam as declarações de Valadão, outros questionavam a forma como suas palavras poderiam impactar a convivência e o respeito mútuo entre diferentes práticas religiosas na cidade de Itaboraí.
Diante das críticas, Pastor Felippe Valadão fez um pronunciamento nas redes sociais, defendendo sua posição e afirmou que suas palavras haviam sido mal interpretadas ou distorcidas de forma deliberada. A polêmica em torno do discurso ressalta a importância do diálogo e do respeito mútuo no contexto religioso e social.
Fonte: © Notícias ao Minuto