Vencimento próximo tem as melhores taxas, em meio à disparada dos juros, com prêmios mais atrativos e remuneração superior para investidores.
O Tesouro continua sendo uma opção atraente para quem busca segurança e rentabilidade nos investimentos. Com a volatilidade do mercado de ações, muitos investidores têm procurado refúgio nos Títulos públicos, considerados um tesouro para quem busca estabilidade.
Os papéis financeiros do Tesouro são alternativas interessantes para quem deseja diversificar a carteira de investimento. Além dos títulos atrelados ao IPCA, existem também opções pré-fixadas e indexadas à Selic, cada uma com suas características e vantagens. Dessa forma, é possível construir uma estratégia sólida e bem diversificada, protegendo o tesouro investido.
Títulos Públicos e a Disparada dos Juros
Normalmente, os títulos com prazo mais distantes, como o Tesouro IPCA+ 2060, são conhecidos por oferecer uma remuneração melhor para o investidor. Isso se deve ao fato de que investir em títulos de longo prazo traz consigo maior grau de incerteza, dado que prever o cenário econômico futuro e as condições fiscais do país é uma tarefa complexa. Os papéis de prazos mais extensos também tendem a apresentar maior volatilidade, com oscilações mais acentuadas ao longo de sua vigência.
Por outro lado, em meio ao movimento de ajuste para cima dos juros, os títulos de prazos menores são os que geralmente sofrem maiores oscilações. Com o aumento da taxa básica de juros, os prêmios destes títulos precisam se tornar mais atrativos para refletir essa mudança de mercado. O Boletim Focus desta semana revela um cenário de elevação da Selic, com projeções que apontam para 9,50% ao final de 2024, representando assim mais um ajuste para cima.
Os especialistas concordam que a remuneração oferecida pelos títulos está diretamente ligada à dinâmica econômica e às expectativas de inflação e juros. Com a mudança na meta fiscal do governo para 2025, substituindo um superávit por um déficit zero, os retornos dos títulos públicos começaram a subir, refletindo a percepção dos investidores sobre a saúde financeira do país.
Neste contexto, a incerteza gerada pelo risco fiscal impacta mais os títulos de prazos mais longos, enquanto mudanças como aumento da inflação e da Selic têm maior influência sobre os papéis de prazos mais curtos. A percepção de que o governo está sendo menos rigoroso com as contas públicas pode minar a confiança dos investidores no Tesouro, aumentando o receio de um possível calote.
A preocupação com a demora nos cortes de juros nos Estados Unidos também influencia a taxa de juros local, já que os títulos brasileiros precisam competir com ativos americanos considerados mais seguros. O Tesouro se vê compelido a oferecer taxas mais atrativas para atrair investidores e conter a saída de recursos. Assim, toda a curva de juros se ajusta, oferecendo rentabilidades mais elevadas em todos os prazos.
Diante desse cenário desafiador, é importante que os investidores avaliem com cautela suas opções, levando em consideração os riscos e as oportunidades que cada título oferece. O Tesouro, inclusive, interrompeu temporariamente as negociações de títulos públicos devido à alta volatilidade do mercado, buscando estabilizar as condições de negociação.
Portanto, é essencial estar atento às movimentações do mercado e buscar orientação de especialistas antes de realizar investimentos em títulos públicos, garantindo assim uma tomada de decisão mais informada e alinhada com seus objetivos financeiros.
Fonte: @ Valor Invest Globo