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Ivo Almeida alvo de “Churrascada”: PF operação, STJ removiu cargo, intermediários em concordatárias fraudulentas. Juízes votaram em ordens de habeas-corpus, transferências, de juízo e de presídio.
NO RIO DE JANEIRO, RJ (AGÊNCIA BRASIL) – Informações divulgadas pela Polícia Civil e pela Procuradoria-Geral do Estado indicam que os juízes da 3ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro estão sob investigação por suposta participação em esquema de corrupção. Segundo as autoridades, os juízes teriam recebido vantagens indevidas para favorecer traficantes de drogas na região da Baixada Fluminense.
As denúncias de corrupção envolvendo os magistrados têm gerado grande repercussão na sociedade, levantando questionamentos sobre a integridade do sistema judiciário. A população espera que as investigações sejam conduzidas de forma transparente e que os juízes envolvidos sejam responsabilizados conforme a lei vigente.
Juízes sob investigação por esquema de corrupção em processos judiciais
Almeida foi alvo da operação Churrascada, deflagrada pela Polícia Federal na última quinta-feira (20), sendo afastado do cargo pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) por um ano. A defesa do desembargador não se pronunciou até o momento. Informações do escritório indicam que o advogado está fora da cidade esta semana.
Hosi, por sua vez, foi preso em abril de 2002, acusado de possuir 450 kg de cocaína, porém fugiu do Fórum de Campo Grande após uma audiência. Investigações revelaram que ele pagou R$ 1 milhão a policiais para facilitar sua fuga. Após anos foragido, Hosi foi recapturado em março de 2019.
Com condenações por associação para o tráfico, tráfico de drogas, uso de documento falso e porte ilegal de arma de fogo, sua sentença totalizava 39 anos e quatro meses de prisão. A Procuradoria identificou conluio fraudulento entre advogados para manipular processos de interesse do réu na 1ª Câmara Criminal da Corte Bandeirante, da qual Almeida faz parte.
Em 2021, Hosi estava detido em Avaré (SP) e tentava ser transferido para outro presídio com a ajuda de intermediários do desembargador. A PGR afirmou que o magistrado estava envolvido em esquemas de corrupção para favorecer o traficante, inclusive tentando influenciar votos em pedidos de habeas corpus.
Diante da recusa de um dos julgadores, o intermediário sugeriu uma nova estratégia para beneficiar o preso. O desembargador teria concordado com a ‘venda de decisão judicial’, porém enfrentou resistência dos demais membros da Câmara Criminal.
Além do afastamento pelo STJ, a Corregedoria Nacional de Justiça abriu uma reclamação disciplinar contra o desembargador, alegando que sua conduta pode ter violado diversos princípios éticos e profissionais. A imprensa divulgou os acontecimentos, levando à instauração de um processo para apurar o caso. A Corregedoria solicitou informações adicionais sobre possíveis providências a serem tomadas.
Fonte: © Notícias ao Minuto