Chefe de gangue haitiana morto em confronto com polícia em Porto Príncipe. Crise intensifica violência desde renúncia do governo.
Ti Greg, um dos líderes de uma das facções criminosas mais temidas do Haiti, foi assassinado durante um tiroteio com as autoridades nesta semana. Segundo informações locais, ele estava foragido da justiça após escapar da prisão há alguns meses. A situação de segurança no Haiti tem se deteriorado acentuadamente nos últimos anos, com diversos grupos armados atuando de forma violenta no país.
A morte de Ti Greg gerou ainda mais instabilidade em Porto Príncipe, a capital do Haiti, considerada uma das cidades mais perigosas do mundo. A população local teme a retaliação de outros membros da gangue e a possibilidade de mais confrontos armados nas ruas. A violência desenfreada em Porto Príncipe tem levado muitos cidadãos a viverem um clima de constante medo e insegurança.
A crise intensificada no Haiti
A situação no Haiti tem se deteriorado nas últimas semanas, principalmente após uma penitenciária ter sido alvo de ataques em 2 de março, o que resultou na fuga em massa de centenas de detentos. Entre os fugitivos deixados na prisão, estava Ti Greg, líder da gangue Delmas 95, conforme relatado pela polícia haitiana.
Com a ausência quase total de um governo funcional, o Haiti encontra-se atualmente dominado por diferentes gangues, tornando a segurança uma questão crítica para a população. No dia 12 de março, o primeiro-ministro Ariel Henry renunciou ao cargo sob a pressão das gangues e de parte da população. Enquanto Henry estava em Porto Príncipe, as gangues haitianas ameaçaram o primeiro-ministro e atacaram o principal aeroporto do país para impedir seu retorno.
A instauração do Conselho de Transição Presidencial
Após a renúncia de Henry, a Comunidade do Caribe (Caricom), da qual o Haiti faz parte, anunciou a criação de um Conselho de Transição Presidencial. Diversos países, juntamente com a Caricom, comprometeram-se a colaborar na transição pacífica de poder e na realização de eleições no país, buscando restabelecer a estabilidade política e social.
A atuação das gangues no Haiti
Um relatório da ONU divulgado em setembro de 2023 estima que o Haiti abrigue cerca de 200 gangues diferentes, engajadas em atividades ilícitas que vão desde o tráfico de armas e drogas até extorsão, sequestro, assassinato, violência sexual e desvio de caminhões. A capital, Porto Príncipe, é dominada por aproximadamente 23 desses grupos, que controlam uma parcela significativa do território.
Dentro do cenário de conflitos territoriais, duas coalizões principais se destacam: a ‘Família G9’, liderada por Jimmy Chérizier, mais conhecido como ‘Barbecue’, e o G-Pèp. Líderes de várias dessas gangues uniram forças nos recentes ataques contra pontos estratégicos do país, pressionando pela renúncia do ex-primeiro-ministro Ariel Henry.
Fonte: © G1 – Globo Mundo