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Nelson Matias crê que nenhuma coisa supera a força das ruas: paradas, orgulho, batalhas, ultrapassar, forças, conservadoras, luta apena a frente, negociações coerentes, rosa (pink), dinheiro, prática, falar.
Em meio à luta diária por direitos e igualdade, a comunidade LGBTQIA+ se destaca pela sua resistência e determinação. Neste mês de celebração, é importante relembrar a importância da luta contínua por um mundo mais inclusivo e respeitoso para todos. Nelson Matias, presidente da Associação da Parada do Orgulho de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros de São Paulo, compartilhou em entrevista exclusiva os desafios enfrentados e os avanços conquistados ao longo dos anos.
Além de celebrar as conquistas, é essencial lembrar que a luta pela igualdade ainda enfrenta muitas batalhas pela frente. Em meio a um cenário de desafios e guerras contra a discriminação, a comunidade LGBTQIA+ se mantém unida e resiliente, pronta para enfrentar os obstáculos que ainda estão por vir. A cada passo dado rumo à inclusão, a luta se fortalece e inspira novas gerações a continuarem o legado de resistência e amor próprio.
Reflexões sobre a luta LGBTQIA+
Nelson Matias Pereira destaca a importância de manter o caráter político, para além do aspecto festivo, da Parada do Orgulho LGBT+. Ele ressalta a necessidade de as batalhas ultrapassarem o mundo virtual, afirmando que ‘nada substitui a força das ruas’. Na edição deste ano, que ocorreu em 2 de junho, o tema central foi ‘Basta de negligência e retrocesso no Legislativo: vote consciente pelos direitos da população LGBT+’.
O líder da organização enfatiza a urgência de fortalecer a luta diante do avanço de forças conservadoras. Ele pondera sobre a possibilidade de intensificar a união com outros movimentos sociais, como o negro e o feminista, para enfrentar as adversidades. Um dos pontos discutidos é a importância de estabelecer relações coerentes com empresas que exploram o chamado pink money, o mercado de consumo LGBT+.
Nelson Matias Pereira, presidente da Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo, destaca que o tema deste ano focou em políticas públicas, com ênfase na representatividade no Legislativo. Ele explica que a escolha desse enfoque se deu pela necessidade de denunciar a negligência do Poder Legislativo em relação aos direitos LGBT+, especialmente no Congresso Nacional. A ausência de legislação específica de combate à LGBTfobia levou o Judiciário a intervir, preenchendo lacunas deixadas pelo Legislativo.
Segundo Nelson Matias, as conquistas alcançadas foram resultado da atuação do Judiciário, devido à omissão do Legislativo. Ele destaca o exemplo da criminalização da LGBTfobia, reconhecida recentemente pelo STF. O projeto de lei 22/2006, com esse propósito, foi ignorado pelo Congresso Nacional, evidenciando a falta de interesse em debater a questão.
O presidente da Parada do Orgulho LGBT+ ressalta a importância de envolver a comunidade na discussão, enfatizando que a Parada pertence a todos. Ele destaca a prática adotada nos últimos anos de abordar questões eleitorais durante as paradas realizadas em períodos de eleição. Nelson Matias destaca a preocupação com a postura do Legislativo, que, ao invés de aprovar leis em prol dos direitos LGBT+, busca retroceder em conquistas já alcançadas.
Ele menciona o caso do casamento homoafetivo, garantido pelo STF, e a aprovação de um projeto de lei que visa impedir pessoas LGBT+ de terem seus casamentos reconhecidos. Nelson Matias alerta para as manobras políticas dentro do Congresso Nacional e a necessidade de formar uma frente de luta para enfrentar as bancadas conservadoras.
Apesar dos desafios, ele destaca avanços significativos, como a eleição de representantes LGBT+, como Erika Hilton (PSOL-SP), Duda Salabert (PDT-MG) e o senador Fabiano Contarato (PT-ES). Essas conquistas, embora modestas diante das bancadas conservadoras, representam um progresso em relação ao passado. A luta LGBTQIA+ segue firme, buscando ampliar sua representatividade e garantir seus direitos.
Fonte: @ Agencia Brasil