Activistas exigem retorno de suspensos atendimentos em Hospital Vila Nova Cachoeirinha. Manifestantes da Frente pelo Aborto Legal de Cremesp pressionam prefeitura de São Paulo sobre casos de aborto permitidos ou criminalizados. Profissionais de saúde enfrentam ameaças e intimidação. Violência sexual justifica o pedido de defesa de serviços legais.
Os manifestantes se reuniram hoje em São Paulo para defender os direitos das mulheres em relação ao aborto legal. O grupo, liderado pela Frente pela Legalização do Aborto do Estado de São Paulo, escolheu a Avenida Paulista como cenário para expressar suas reivindicações, chamando a atenção de transeuntes e autoridades locais.
Além dos manifestantes que se concentraram em frente ao prédio do Cremesp, outros protestantes se juntaram à causa, demonstrando solidariedade e apoio à luta pela legalização do aborto. A diversidade de vozes presentes na manifestação reflete a importância do debate sobre a autonomia reprodutiva das mulheres e a necessidade de políticas públicas que garantam seus direitos fundamentais.
Manifestantes denunciam descumprimento da lei pela prefeitura de São Paulo
reclamam que a prefeitura de São Paulo não está cumprindo a lei, deixando de atender ou dificultando o atendimento em casos em que o aborto é permitido. Os protestantes também expressam preocupação com a postura do Cremesp, que tem criminalizado, afastado ou perseguido profissionais de saúde que atendem mulheres que têm direito ao aborto legal na capital paulista. Durante a manifestação, os demonstrantes vestiram e distribuíram lenços verdes, lembrando os pañuelos verdes, símbolo da luta pela legalização do aborto na Argentina. Além disso, eles promoveram a entrega de uma coroa de flores ao Cremesp para simbolizar as meninas que são vítimas de criminalização.
Organizações feministas na frente do Cremesp denunciam sindicâncias contra profissionais de saúde
Hoje, várias organizações feministas estão presentes na frente do Cremesp denunciando a abertura de sindicâncias contra profissionais da saúde que atenderam vítimas de violência sexual no Hospital Vila Nova Cachoeirinha. Tanto a prefeitura de São Paulo quanto o Cremesp estão sendo acusados de perseguir profissionais da saúde. Segundo Tabata Pastore Tesser, da Frente Estadual pela Legalização do Aborto de São Paulo, essa situação é considerada uma violação democrática, pois o aborto legal é garantido no Brasil desde 1940.
Profissionais da saúde enfrentam intimidação por parte do Cremesp
Maíra Bittencourt, obstetriz e integrante do Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde de São Paulo, critica a perseguição aos profissionais da saúde pelo Cremesp, afirmando que isso gera medo e represálias, mesmo quando estão agindo dentro da lei. Ela destaca que essa forma de intimidação afeta diretamente a atuação dos profissionais. Recentemente, duas médicas tiveram seus registros profissionais suspensos por realizar abortos, o que é visto pelos manifestantes como uma estratégia de intimidação.
Manifestantes defendem direitos dos profissionais de saúde e o aborto legal
Os manifestantes estão unidos na defesa dos profissionais de saúde que atendem casos em que o aborto é permitido. Eles argumentam que a perseguição e a criminalização promovidas pelo Cremesp e pela prefeitura de São Paulo são injustas e representam uma forma de amedrontar os profissionais de saúde. Para eles, é fundamental garantir que médicos, enfermeiros e técnicos sintam-se seguros para realizar o aborto legal, conforme previsto em lei.
Aborto legal no Brasil: casos em que é permitido e desafios enfrentados pelos profissionais
Por lei, o aborto é permitido no Brasil em situações específicas, como gestação decorrente de estupro, risco de vida para a mãe e casos de bebês anencefálicos. No entanto, o Hospital Municipal e Maternidade da Vila Nova Cachoeirinha suspendeu a realização desse procedimento, sem previsão de retomada do serviço. Essa decisão, somada à pressão do Cremesp e da prefeitura de São Paulo sobre os profissionais de saúde, cria obstáculos para o acesso ao aborto legal e gera preocupação entre os manifestantes.
Fonte: @ Agencia Brasil