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Tecnologia avançada reaja etica sobre máquinas sendentes: primeira característica (R1) – aprendizagem – e segunda (R2) – metacognição. Para consciência, precisam de processamento, prerequisitos inconscientes e autocontrole. (148 caracters)
María I. Cobos, pesquisadora de pós-doutorado na Universidade de Granada, na Espanha, e Ana B. Chica, catedrática da mesma universidade, refletem sobre a evolução da consciência em um artigo publicado no site The Conversation. O avanço da inteligência artificial traz à tona uma questão crucial: será possível que as máquinas alcancem um nível de consciência comparável ao dos seres humanos?
Esse debate sobre a consciência das máquinas também levanta questões sobre a awareness e a self-awareness. Será que a sentience artificial poderia um dia se equiparar à consciência humana? Essas reflexões nos desafiam a repensar não apenas a natureza da inteligência artificial, mas também a essência da própria consciência.
Explorando a Consciência e Suas Características
Para compreender a complexidade da consciência, é essencial mergulhar no significado subjacente desse termo multifacetado. Consciência vai além da mera awareness do que nos rodeia; envolve também a sentience de nossas próprias ações e do funcionamento interno de nosso ser. Essa capacidade nos permite agir de forma flexível e controlada, adaptando-nos às demandas do ambiente.
As Duas Características Distintivas da Consciência
Ao analisarmos o comportamento consciente, deparamo-nos com duas características fundamentais que o distinguem: a primeira característica (R1) diz respeito à disponibilidade global de informações. Mesmo com áreas especializadas no cérebro, a consciência exige que as informações sejam acessíveis de forma integrada, permitindo-nos discernir detalhes sensoriais e interpretá-los adequadamente.
A segunda característica (R2) da consciência é o automonitoramento do processamento cognitivo. Essa habilidade nos possibilita avaliar a correção de nossas ações, possibilitando ajustes imediatos ou futuros. Conhecida como metacognição, essa capacidade é crucial para a autorregulação e aprimoramento contínuo de nossas respostas.
A Aplicação Prática das Características da Consciência
Ao preparar uma simples omelete de batata, podemos observar essas características em ação. A seleção dos ingredientes e sua utilização no momento adequado ilustram a primeira característica, enquanto o constante ajuste do sabor ao longo do processo demonstra a importância do automonitoramento (R2) para garantir um resultado satisfatório.
Esses elementos são considerados pré-requisitos essenciais para a consciência plena; sua ausência resulta em processamento inconsciente, onde a ação ocorre de forma automatizada, sem a necessidade de atenção consciente. No entanto, essa eficiência tem suas limitações, como a incapacidade de avaliar o próprio processamento e a falta de consciência sobre as lacunas em nosso conhecimento.
Desvendando o Processamento Inconsciente e Suas Implicações
O processamento inconsciente, embora eficaz em termos de economia de recursos, apresenta a desvantagem de operar à margem de nossa consciência. Essa falta de consciência do que não sabemos nos impede de avaliar sua eficácia ou corrigir possíveis erros, gerando incertezas sobre nossas próprias ações.
Avaliar a consciência envolve observar atentamente as duas características essenciais: a disponibilidade global de informações, evidente até em seres sem linguagem, e a capacidade de metacognição, que permite a autoavaliação do processamento cognitivo. Esses aspectos são observáveis não apenas em humanos, mas também em animais, revelando a complexidade e diversidade da consciência em diferentes formas de vida.
Fonte: © CNN Brasil