Varejista de moda em reestruturação há quase uma década busca injeção de recursos e reforça falta de rumo. Aumento de capital privado e mudança de perfil são essenciais.
A Marisa tem enfrentado uma série de desafios nos últimos anos, passando por sucessivos turnarounds em busca de uma estabilidade que ainda não foi alcançada. Apesar dos esforços da empresa, a situação continua delicada e a incerteza paira sobre o futuro da companhia.
Como uma importante varejista no mercado de moda, a Marisa enfrenta a concorrência acirrada de outras redes do setor. A empresa precisa encontrar maneiras de se destacar e atrair mais clientes para garantir sua posição no mercado. A busca por soluções inovadoras e dinâmicas é essencial para a sobrevivência da rede em um cenário tão competitivo.
Marisa: o desafio do turnaround em meio a reestruturações frequentes
O último sobressalto relacionado à varejista Marisa veio à tona na segunda-feira, 18 de março, quando a empresa de moda anunciou estar estudando a viabilidade da realização de mais um follow on ou aumento de capital privado, com o plano de levantar, no mínimo, R$ 195 milhões. Mesmo com a contratação de Lefosse e BR Partners para viabilizar a oferta, a busca por recursos ainda não está sacramentada. A família Goldfarb, controladora da rede, se comprometeu a subscrever o aporte mínimo, independentemente do caminho escolhido.
Essa seria a quarta vez, em pouco mais de dois anos, que a Marisa buscaria uma injeção de capital ancorada pelo clã. A primeira aconteceu no follow on de dezembro de 2021, quando a empresa levantou R$ 250 milhões, incluindo R$ 90 milhões dos controladores.
A queda do valor de mercado da Marisa e a suspensão do guidance para 2024
A perspectiva desse novo ‘resgate’ foi acompanhada da prévia do resultado da rede no quarto trimestre e no ano de 2023, com números nada favoráveis, e da suspensão do guidance para 2024. Desde o anúncio desse novo pacote, as ações da companhia acumulam uma queda de 21,2%, levando o valor de mercado da empresa ao patamar de R$ 121,9 milhões. No ano, os papéis têm desvalorização de 52,1% e, em doze meses, de 42,5%.
A falta de visibilidade sobre a Marisa tem sido um dos principais fatores que têm contribuído para a queda das ações. A empresa está em um momento de crise de identidade e de gestão, o que vem afastando investidores e impactando seu valor de mercado.
O caminho para o fechamento de capital da Marisa
Com a perspectiva de mais um aumento de participação da família Goldfarb – que detém uma fatia de 53,83% na operação – e a progressiva redução do free float, o fechamento de capital surge como uma das poucas alternativas viáveis para a Marisa. A empresa tem enfrentado desafios significativos, incluindo a influência dos controladores na gestão e a falta de clareza em relação ao seu direcionamento estratégico.
O mercado tem questionado a interferência dos controladores e o impacto que eles podem ter no novo formato da empresa. A família Goldfarb tem se mantido como um dos principais pilares de sustentação da Marisa, mas sua presença tem gerado debates em relação à governança e autonomia da empresa.
A mudança de perfil da Marisa e o desafio de se reposicionar no mercado
A Marisa passou por uma mudança significativa em seu posicionamento desde seu IPO em 2007. A empresa buscou se aproximar de redes concorrentes como Riachuelo, Renner e C&A, resultando em uma crise de identidade e em perda de espaço em sua categoria de origem. A competição com players locais e regionais mais populares agravou a situação, levando a empresa a buscar constantemente seu DNA e proposta de valor.
A contratação de Edson Garcia como novo CEO é vista como uma oportunidade para a Marisa se reconectar com suas raízes e reverter os equívocos estratégicos dos últimos anos. Com sua experiência no varejo de moda e conhecimento do segmento popular, Garcia pode ser a peça-chave para a transformação da empresa.
Os desafios financeiros e operacionais da Marisa em 2023
Apesar das medidas de reestruturação adotadas pela Marisa ao longo de 2023, a empresa enfrenta desafios significativos em relação a sua performance financeira e operacional. A queda na receita líquida, nas vendas mesmas lojas e no lucro bruto, aliada a um Ebitda negativo, refletem a necessidade de mudanças profundas na empresa.
O cenário econômico desafiador e a falta de perspectivas positivas para 2024 indicam que a Marisa terá um ano difícil pela frente. O fechamento de capital e a busca por um novo sócio são opções que estão sendo consideradas para garantir a sobrevivência e a revitalização da empresa.
Fonte: @ NEO FEED