Estudo sugere que Marte pode influenciar redemoinhos gigantes nos oceanos profundos. Efeito da energia solar e interação com Marte em Nature Communications.
Marte é o quarto planeta do nosso sistema solar e tem sido objeto de muita curiosidade e exploração ao longo dos anos. É um planeta rochoso, com uma atmosfera fina e é conhecido como o ‘planeta vermelho’ devido à presença de óxido de ferro em sua superfície, que dá a ele uma tonalidade avermelhada. A atmosfera de Marte é composta principalmente de dióxido de carbono, com vestígios de nitrogênio e argônio. O planeta também tem duas pequenas luas, Fobos e Deimos, que são provavelmente asteroides capturados. A temperatura em Marte pode variar de -195 °F durante a noite a 70 °F durante o dia, o que torna o planeta um lugar desafiador para possíveis colonizações futuras.
O interesse em Missões tripuladas a Marte tem crescido muito nos últimos anos, com várias agências espaciais e empresas privadas considerando viagens ao ‘planeta vermelho’ como uma possibilidade real no futuro próximo. A NASA tem planos de enviar astronautas a Marte na década de 2030, enquanto empresas como a SpaceX, de Elon Musk, também pretendem realizar missões tripuladas ao planeta. A viagem a Marte apresenta muitos desafios, como a radiação cósmica e a longa duração da viagem, mas muitos cientistas e entusiastas do espaço veem a exploração de Marte como o próximo passo lógico para a humanidade no espaço. O futuro da exploração de Marte certamente promete ser emocionante e cheio de descobertas incríveis.
O Planeta Vermelho influencia a Terra
Marte pode estar a cerca de 220 milhões de quilômetros de distância da Terra, mas o planeta vermelho está influenciando os nossos oceanos profundos, ajudando a impulsionar ‘redemoinhos gigantes‘, de acordo com uma nova pesquisa.Os cientistas analisaram sedimentos, perfurados em centenas de locais de águas profundas ao longo do último meio século, para retroceder dezenas de milhões de anos no passado da Terra, em uma tentativa de compreender melhor a força das correntes oceânicas profundas.
Ciclos climáticos e ressonância com Marte
O que eles encontraram foi surpreendente.
Os sedimentos revelaram que as correntes profundas enfraqueceram e fortaleceram ao longo dos ciclos climáticos de 2,4 milhões de anos, de acordo com o estudo publicado terça-feira (12) na revista Nature Communications.Adriana Dutkiewicz, coautora do estudo e sedimentologista da Universidade de Sydney, na Austrália, disse que os cientistas não esperavam descobrir esses ciclos e que só há uma maneira de explicá-los: ‘Eles estão ligados a ciclos nas interações entre Marte e a Terra orbitando o Sol’, diz, em um comunicado.
Interação com Marte e efeito da energia solar
Os autores afirmam que este é o primeiro estudo a fazer essas conexões.Os dois planetas se afetam mutuamente através de um fenômeno chamado ‘ressonância‘, que ocorre quando dois corpos em órbita aplicam um ‘empurrão’ e uma atração gravitacional um ao outro – por vezes descrito como uma espécie de harmonização entre planetas distantes.
Essa interação altera a forma de suas órbitas, afetando o quão próximas elas estão e a sua distância do Sol.Para a Terra, esta interação com Marte é traduzida em períodos de aumento da energia solar – o que significa um clima mais quente – e estes ciclos mais quentes se relacionam com correntes oceânicas mais vigorosas, concluiu o relatório.Embora estes ciclos de 2,4 milhões de anos afetem o aquecimento e as correntes oceânicas na Terra, são ciclos climáticos naturais e não estão ligados ao rápido aquecimento que o mundo experimenta hoje, à medida que os humanos continuam queimando combustíveis fósseis que aquecem o planeta, conforme explica Dietmar Müller, professor de geofísica na Universidade de Sydney e coautor do estudo.Os autores descrevem essas correntes como ‘redemoinhos gigantes’, que podem atingir o fundo do oceano profundo, erodindo o fundo do mar e causando grandes acumulações de sedimentos, como montes de neve.
Redemoinhos gigantes e seu impacto
Os cientistas conseguiram mapear esses fortes redemoinhos através de ‘rupturas’ nos núcleos de sedimentos que analisaram.
Os sedimentos do fundo do mar formam camadas contínuas durante condições calmas, mas as fortes correntes oceânicas causam perturbações, deixando uma marca visível da sua existência.Como os dados de satélite que podem mapear visivelmente as mudanças na circulação oceânica só estão disponíveis há algumas décadas, os núcleos de sedimentos – que ajudam a construir uma imagem do passado que remonta a milhões de anos – são muito úteis para compreender as mudanças na circulação em clima mais quente, diz Müller à CNN.Se o aquecimento causado pelo homem continuar na sua trajetória atual, diz Müller, ‘esse efeito diminuirá todos os outros processos durante muito tempo.Este conteúdo foi criado originalmente em Internacional.versão original
Impacto da energia solar e circulação oceânica
Mas o registo geológico ainda nos fornece informações valiosas sobre como os oceanos funcionam num mundo mais quente.’Os autores sugerem que é possível que esses redemoinhos possam até ajudar a mitigar alguns dos impactos de um potencial colapso da Circulação Meridional do Atlântico (AMOC), uma circulação oceânica crucial que funciona como uma enorme correia transportadora que leva água quente dos trópicos para o extremo Atlântico Norte.
Fonte: © CNN Brasil