Médico brasileiro lidera o 1º xenotransplante de rim suíno nos EUA. Potencial substituto para hemodiálise, apesar do risco de retrovírus suínos no sistema imunológico.
O médico brasileiro Leonardo Riella liderou o primeiro procedimento de transplante de rim utilizando o órgão de um porco, modificado geneticamente, em um paciente em estado crítico. A cirurgia inovadora foi realizada em um centro médico em Boston, local onde o renomado profissional exerce suas atividades. Esse marco representa um avanço significativo na área da medicina, abrindo novas possibilidades para pacientes que aguardam ansiosamente por um transplante de rim.
Este procedimento pioneiro, conhecido também como transplante renal, pode revolucionar a forma como os transplantes são realizados e expandir as opções de tratamento para aqueles que sofrem de doenças renais graves. A abordagem inovadora visa aumentar a disponibilidade de órgãos para transplantar, proporcionando uma nova esperança para pacientes em lista de espera. A iniciativa do Dr. Riella em realizar essa cirurgia inédita destaca-se como um importante marco na história da medicina moderna.
Detalhes do sucesso no transplante renal
O paciente que passou pelo transplante de rim é um homem de 62 anos, de etnia negra, que sofria de doença renal em estágio avançado. De acordo com informações médicas, o paciente está em processo de recuperação e os primeiros resultados são bastante promissores. Caso a evolução continue de forma positiva, essa descoberta pode representar uma nova esperança para aqueles que enfrentam a angustiante espera por um órgão. No Brasil, a fila de espera pelo transplante renal é a maior entre todos os órgãos transplantáveis.
Estudo e avanços no transplante renal
A pesquisa envolvendo o transplante renal com uso de xenotransplante, que consiste na implantação de órgãos de animais em seres humanos, tem sido objeto de estudo há muitos anos. Um dos maiores desafios enfrentados até então era a rejeição dos tecidos por parte do sistema imunológico. O rim de porco utilizado no transplante foi fornecido pela empresa eGenesis, sediada em Cambridge, Massachusetts, e foi obtido a partir de um porco geneticamente modificado.
Durante o processo de preparação do órgão para o transplante, foram removidos genes suínos que poderiam desencadear rejeição por parte do organismo humano, sendo substituídos por genes humanos. Além disso, os cientistas trabalharam para inativar os retrovírus endógenos suínos no doador do órgão, eliminando assim qualquer risco de infecção para o receptor humano.
Impacto do transplante de rim na fila de espera
A possibilidade de utilizar um rim de porco para transplante tem o potencial de revolucionar a vida de milhares de pessoas que aguardam na fila por um transplante renal. Muitos dos pacientes em espera dependem da hemodiálise, comumente realizada de forma diária. Além disso, enfrentam restrições severas quanto à ingestão de líquidos, devido à incapacidade do corpo em filtrá-los naturalmente.
O transplante de rim corresponde a uma parcela significativa, 92%, da fila de espera por transplantes no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, até a última quarta-feira (20), havia aproximadamente 42 mil indivíduos aguardando por um órgão, sendo que 39 mil necessitavam especificamente de um rim. A nova técnica de transplante traz esperança para esses pacientes e pode significar uma mudança significativa na forma como lidamos com a escassez de órgãos disponíveis para doação.
Fonte: © G1 – Globo Mundo