Neuropsicologo investiga QI de 141 pts de menino de São Bernardo (SP). Registra sinais de autismo grau 1. Alunos autistas: 200.000. Apoia professores. QI alto é obstáculo. Bebê escreve palavras, lida livros, banho, tatame. Memória impressiva. Assistiu vídeos alfabetização infantil (YouTube). Gostou de Blipp. Apareceu no episódio de uma livraria.
O pequeno rapaz, conhecido como Fernandinho para os mais próximos, demonstrou desde muito cedo um interesse pela leitura. Mesmo com pouca idade, o menino já mostrava uma curiosidade incomum por livros e histórias.
Com o passar dos anos, ficou evidente que aquele menino era realmente um génio. Seu QI excepcional de 141 pontos o destacava como um menino extraordinário, capaz de superar desafios intelectuais com facilidade.
Menino extraordinário
Isso significa que ele é uma criança superdotada. Seu neuropsicólogo também está investigando sinais do transtorno do espectro autista grau 1. Em um ano, 200.000 alunos com autismo foram matriculados em escolas comuns; a falta de apoio a professores ainda é um obstáculo. Vídeos compartilhados nas redes sociais recém-criadas pelos pais de Fernandinho têm chamado a atenção. Neles, o menino aparece escrevendo palavras e frases, lendo e estudando apostilas como se estivesse no primeiro ano do ensino fundamental. No Instagram, ele já tem mais de 300 mil seguidores. No TikTok, acumula milhares de curtidas em uma conta do pai. Nascido em São Bernardo do Campo (SP), o menino prodígio, que completou três anos no dia 6 de maio, é tão atento à gramática que não esquece de colocar acento nas palavras ou concluir frases com pontos de interrogação ao fazer perguntas. ‘Ele sempre foi uma criança normal. Começou a falar com um aninho, mas foi aos dois que desenvolveu uma dicção melhor’, diz o pai, Matheus de Almeida Gomes da Silva, de 28 anos. ‘Seu primeiro contato com a escrita foi com aqueles livrinhos de banho que ele brincava desde os quatro meses, e depois com um tatame de letrinhas que ganhou.’
Descoberta precoce
No entanto, embora o bebê demonstrasse interesse por livros ou objetos que tivessem a ver com a escrita, até então, a família não via nada de diferente. Um episódio em uma livraria, porém, chamou a atenção do pai. ‘Um dia fomos em uma livraria – ele estava com um ano e quatro meses – e nós queríamos mostrar os brinquedos, mas ele ficou numa mesinha que tinha que encaixar as letrinhas para formar algumas palavras pequenas, e não queria sair dali’, lembra Matheus. ‘Eu achei aquilo muito estranho, mas pensei que ele tinha gostado porque era um brinquedo de montar. Depois, comprei uma igual para ele.’
Desenvolvimento surpreendente
Após esse episódio, o menino começou a assistir vídeos de alfabetização infantil no YouTube. ‘Daí, ele viu como fazia o ‘w’, pegou um papel e começou a repetir. Isso com um ano e sem a gente falar nada. Aliás, antes mesmo de falar, ele já identificava todo o alfabeto’, conta o pai. ‘Nós nunca precisamos pegar na mão e ensinar nada – ele tem uma coordenação muito fácil e simplesmente foi fazendo’, acrescenta. O pai lembra que Fernandinho gostava muito do Blipp, personagem de um desenho do YouTube. ‘Um dia, a gente acordou e estava escrito Blipp numa folha de caderno em casa. Outro dia estava escrito ‘Drogasil’ [rede de farmácias]. Ele tem uma memória muito impressionante.’
Desenvolvimento infantil
As fases do desenvolvimento infantil, de acordo com a médica pediatra Ana Paula Scoleze Ferrer, têm diversas etapas, que são esperadas em determinadas fases. No entanto, é comum haver uma grande variabilidade entre elas. Por exemplo: alguns bebês começam a andar mais cedo do que outros, a falar primeiro, formar frases mais complexas, e assim por diante. Em geral, isso significa que todos terão a mesma sequência de desenvolvimento, mas a velocidade com que cada menino alcança essas etapas pode variar.
Fonte: © G1 – Globo Mundo