ouça este conteúdo
No final do dia, interoperabilidade de mercados regulados e voluntários de carbono no Brasil oferece lições mundiais sobre governança, ações privadas, modelos políticos, compradores estrangeiros, transferências ITMOs, atividades de transferência, reduções de emissões e metas NDC, ajustes correspondentes. (146 caracteres)
Recentemente, a interoperabilidade de mercados de carbono tem ganhado destaque como uma forma eficaz de promover a redução das emissões de gases de efeito estufa em escala global. A possibilidade de integrar diferentes sistemas de precificação de carbono abre caminho para uma abordagem mais abrangente e colaborativa na luta contra as mudanças climáticas, unindo esforços e recursos em prol de um objetivo comum.
Essa integração não só facilita a cooperação em ações de mitigação entre países e organizações, mas também impulsiona a adoção de instrumentos de mercado de carbono mais eficientes e transparentes. Através de acordos bilaterais e políticas de redução de emissão compartilhadas, o compartilhamento de resultados de mitigação e a troca de créditos de carbono se tornam mais fluidos e eficazes, fortalecendo a resposta global às mudanças climáticas.
Interoperabilidade de Mercados de Carbono: Uma Nova Perspectiva
Em um cenário atual em que todos os países devem estabelecer metas de redução de emissões de GEE – as conhecidas NDCs -, observa-se uma mudança na orientação da mitigação, com maior ênfase em políticas de governança e menos dependência de ações voluntárias de atores privados. Essa transição reflete a crescente adoção de políticas domésticas de precificação de carbono, como sistemas de comércio de emissões, e uma maior regulação governamental sobre projetos de carbono privados que possam impactar o cumprimento das NDCs.
Nesse contexto, a interoperabilidade de mercados de carbono desempenha um papel crucial, permitindo a cooperação em ações de mitigação entre os países. A utilização de instrumentos de mercado de carbono, como os previstos no Acordo de Paris, possibilita a redução de emissões de forma mais eficiente em termos de custos. A capacidade de mitigar mais, pagando menos, motiva a busca por acordos bilaterais entre os países para estabelecer políticas de redução de emissão e compartilhar os resultados de suas ações de mitigação.
Além disso, os projetos de carbono privados têm se tornado peças-chave na implementação das metas de NDCs de países compradores. No entanto, é essencial aplicar ajustes correspondentes para garantir a integridade das reduções de emissão e evitar o ‘overselling’, que pode comprometer a capacidade dos países de cumprir suas próprias metas de mitigação.
A questão da interoperabilidade dos mercados de carbono também levanta preocupações em relação às transferências de ITMOs. A capacitação dos países para tomar decisões sobre a venda desses créditos de carbono internacionais é fundamental. O Secretariado da UNFCCC destaca a importância de garantir que as atividades que levam às transferências dos ITMOs resultem em reduções de emissão genuínas, que não teriam ocorrido sem as medidas adotadas para cumprir as NDCs.
Evitar a venda excessiva de ITMOs é essencial para manter a integridade dos mercados de carbono e garantir que as reduções de emissão sejam reais e significativas. A atenção aos detalhes, como a identificação de reduções de baixo custo ou não contabilizáveis, é fundamental para o sucesso da operacionalização do artigo 6 do Acordo de Paris e para o avanço da cooperação global em ações de mitigação.
Fonte: @ Valor Invest Globo