ouça este conteúdo
Durante audiência em julgamento de uma menina de 12 anos acusada de assédio por professor, foram usados termos como mulheres, loucas, homens, adolescentes, contato, mundo, mulheradas, paqueras, animais, cachorros. (145 caracteres)
O magistrado Luís César de Paula Espíndola, do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), comentou recentemente que ‘as mulheres estão em busca de parceiros’. Essa declaração foi feita durante uma reunião da Corte que analisava um processo envolvendo uma jovem de 12 anos que se sentiu assediada por um docente. Em comunicado, ele afirmou que não pretendia desvalorizar as atitudes das mulheres.
É importante reconhecer a diversidade de perspectivas e experiências das mulheres em diferentes contextos sociais. As women têm buscado cada vez mais espaços de protagonismo e respeito em todas as esferas da sociedade. A valorização da voz e dos direitos das mulheres é fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Mulheres em Destaque
Uma jovem compartilhou que, certa vez, recebeu uma mensagem do professor durante a aula, repleta de elogios, piscadelas e olhares sugestivos. Sentindo-se amedrontada, ela optava por se esconder no banheiro para evitar a disciplina. Espíndola optou por não condenar o acusado, alegando não querer prejudicar a reputação do professor e insinuando que se tratava apenas do ego de uma adolescente.
Durante o julgamento, confrontado por uma desembargadora, ele rebateu afirmando que as argumentações dela eram oriundas do ‘discurso feminista’. ‘Se Vossa Excelência sair às ruas nos dias de hoje, quem está assediando, quem está perseguindo homens, são as mulheres, pois há escassez de homens. O cenário mudou. Atualmente, essa é a realidade, as mulheres estão desesperadas por companhia masculina, devido à escassez. Basta sair à noite, embora eu não frequente muito, mas tenho contato com diversas pessoas.’
Ele prosseguiu, alegando que as mulheres ‘estão ávidas por elogios, piscadelas, e cantadas educadas, pois são elas que estão tomando a iniciativa, são elas que estão assediando’. Segundo ele, devido à falta de opções masculinas, as mulheres estão se voltando para os animais, mencionando especificamente os cachorros, e que o flerte é algo natural, saudável e sempre existiu. ‘A atração é uma questão de gênero, mas afirmar que é uma afronta à sexualidade, um desrespeito… nunca foi […] Ninguém está perseguindo mulheres, pois há um excesso delas. Basta observar no dia a dia’, ressaltou.
Espíndola foi sentenciado em 2023 por agressão física em um caso de violência doméstica envolvendo sua irmã e mãe. O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou uma pena de quatro meses e 20 dias de detenção, cumprida em regime aberto, com a proibição de se aproximar das vítimas. Em comunicado, ele afirmou que não teve a intenção de menosprezar as mulheres, destacando sempre ter defendido a igualdade de gênero em suas ações e decisões.
Tanto o Tribunal de Justiça do Paraná quanto a Ordem dos Advogados do Brasil do Estado se manifestaram sobre o caso. O TJPR declarou que não endossa os comentários do desembargador e abriu uma investigação preliminar. Espíndola terá cinco dias para se posicionar. A OAB-PR expressou repúdio às declarações, considerando-as misóginas e, em alguns aspectos, homofóbicas, por abordarem relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo.
Fonte: © Notícias ao Minuto