ouça este conteúdo
Nova York aprovou lei sobre “viciados” feeds de apps sociais para crianças, limitando cursos, notificações e algoritmos de idade. Dados pessoais, de verificações e de recomendações incluídos. (143 caracteres)
A governadora do Estado de Nova York, Kathy Hochul, surpreendeu a população ao anunciar recentemente a implementação de duas novas leis voltadas para a proteção dos jovens nas redes sociais. Hochul reforçou a importância de regulamentar o ambiente digital para garantir a segurança e bem-estar dos menores de idade, destacando a responsabilidade dos aplicativos em moldar a saúde mental da juventude.
As regulações propostas por Hochul refletem um movimento crescente em todo o país para lidar com os desafios emergentes do mundo online. A implementação de novas leis visa estabelecer diretrizes claras para a indústria de tecnologia, visando proteger a saúde mental e o desenvolvimento saudável das crianças e adolescentes. É fundamental que a legislação acompanhe a rápida evolução da tecnologia para garantir um ambiente digital seguro e responsável para as gerações futuras.
Novas Leis para Proteger a Saúde Mental dos Jovens
Mas ela acredita que a legislação sancionada por ela ajudará a combater esta situação. ‘Hoje, nós salvamos nossos filhos’, afirmou a governadora. Jovens de todo o país estão enfrentando uma crise de saúde mental alimentada pelos feeds viciantes das redes sociais. A partir de 2025, as novas leis podem forçar aplicativos, como o TikTok e o Instagram, a transportar as crianças de volta aos primórdios das redes sociais, quando o conteúdo ainda não era definido pelas ‘curtidas’ dos usuários e as gigantes da tecnologia não coletavam dados sobre nossos interesses, humor, hábitos e muito mais.
A Lei da Suspensão da Exploração de Feeds Viciantes para Crianças (Safe, na sigla em inglês, ou ‘Seguro’) exige que as plataformas de redes sociais e lojas de aplicativos busquem o consentimento dos pais para que menores de 18 anos usem aplicativos com ‘feeds viciantes’. Esta é uma tentativa inovadora de regulamentar as recomendações dos algoritmos das redes sociais. A legislação também busca limitar as regulações sobre a coleta de dados pessoais.
A Lei Safe irá proibir que os aplicativos enviem notificações para crianças e adolescentes entre 0h e 6h — criando, na prática, uma hora de dormir legal para os aparelhos. Ela também exige melhores sistemas de verificação da idade, para evitar que a inscrição de crianças passe despercebida.
Como o cérebro reage às notificações de apps e por que elas viciam tanto A segunda lei, chamada de Lei de Proteção de Dados das Crianças de Nova York, limita a coleta de informações dos usuários pelos provedores de aplicativos. ‘Ao controlar os feeds viciantes e proteger os dados pessoais das crianças, iremos fornecer um ambiente digital mais seguro, com mais tranquilidade para os pais, e criar um futuro mais brilhante para os jovens de toda Nova York’, disse a governadora. As duas leis fazem parte de uma preocupação cada vez maior com os efeitos das redes sociais sobre a saúde mental dos jovens.
O cirurgião-geral dos Estados Unidos (autoridade máxima em saúde pública do país), Vivek Murthy, chegou recentemente a defender alertas para os aplicativos de redes sociais, similares aos avisos incluídos nas embalagens de cigarros. Nos Estados Unidos e em várias outras partes do mundo, jovens enfrentam uma crise de saúde mental e os próprios funcionários de grandes empresas de tecnologia reconheceram os danos causados a algumas crianças. Os viciados em redes sociais que processaram ‘gigantes da tecnologia’ nos EUA Mas as conclusões científicas relacionando as redes sociais a problemas de saúde mental são muito menos evidentes do que se imagina. Na verdade, inúmeros estudos chegaram a demonstrar que as redes sociais podem trazer benefícios para a saúde mental dos adolescentes. Esta situação levou alguns analistas da tecnologia e psicólogos infantis a chamar recentes intervenções políticas de ‘pânico moral’. Os defensores das políticas e especialistas em redes sociais também questionam como simples intervenções legislativas, como a Lei Safe, serão colocadas em prática. Eles afirmam que a legislação pode retardar os esforços tão necessários para proteger a saúde mental dos jovens.
Fonte: © G1 – Tecnologia