Problemas no alimentação ameaçam desenvolvimento socioemocional, interação social de crianças e adolescentes. On-line atividades, jogos e programações infantojuvenis reconfiguram infância. OMS documento alerta por grande reconfiguração das dinâmicas.
No passado recente, o uso de tecnologias era limitado e as crianças exploravam o mundo real com toda a sua criatividade. Atualmente, a realidade é outra, com o uso cada vez mais frequente de dispositivos eletrônicos que ocupam o tempo das crianças de forma diferente.
Os smartphones e outros dispositivos conectados às redes sociais se tornaram companheiros constantes, substituindo as brincadeiras ao ar livre por horas em frente às telas. É importante encontrar um equilíbrio saudável no uso desses dispositivos eletrônicos, para garantir que as crianças também tenham tempo para interações reais e atividades físicas.
Impacto do uso excessivo de smartphones e redes sociais
No decorrer da segunda década do século XXI, entretanto, é evidente que crianças e adolescentes estão cada vez mais envolvidos com as telas de seus smartphones, tornando-se distantes da realidade e sujeitos a problemas comportamentais, emocionais e físicos, conforme indicam diversas pesquisas ao redor do mundo. Esse cenário tem despertado a atenção de especialistas, ganhando destaque com a publicação do livro A Geração Ansiosa, recentemente lançado nos Estados Unidos e no Reino Unido, e prestes a chegar ao Brasil.
A urgência de repensar o uso de dispositivos eletrônicos
O psicólogo social Jonathan Haidt, ao analisar os dados científicos disponíveis, propõe mudanças urgentes, defendendo uma restrição severa no acesso a smartphones e redes sociais. Segundo ele, plataformas como Instagram e TikTok devem ser acessadas apenas após os 16 anos. Os motivos que embasam essa recomendação são diversos e apontam para a necessidade de uma reflexão profunda sobre o impacto do uso excessivo de telas.
A transformação na dinâmica social e de interação
Com a expansão da internet, o crescimento dos jogos online e a programação infantojuvenil na TV, observou-se uma substituição das atividades dinâmicas e interações sociais pela presença constante de telas, agora representadas pelos populares tablets e smartphones. Essa mudança de paradigma tem despertado preocupações entre entidades de pediatria, que alertam para os prejuízos ao desenvolvimento socioemocional das crianças.
A importância da brincadeira e da interação social
Em 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um documento enfatizando a necessidade de as crianças passarem menos tempo sentadas em frente às telas e mais tempo brincando. Esse alerta reflete o descompasso entre a energia natural da infância e a passividade induzida pelos dispositivos eletrônicos. Haidt descreve essa mudança como ‘a grande reconfiguração da infância’, evidenciando a transformação significativa no estilo de vida das crianças.
Desafios e reflexões sobre o uso de telas na infância
Apesar das recomendações para limitar o acesso de crianças pequenas às telas, estudos revelam um aumento significativo no tempo dedicado a dispositivos eletrônicos, mesmo em idades precoces. O impacto desse comportamento na saúde e no desenvolvimento infantil é motivo de preocupação, especialmente diante da crescente integração entre humanos e tecnologia. É fundamental repensar a forma como as telas estão presentes no cotidiano das crianças e adolescentes, visando promover um equilíbrio saudável entre o mundo digital e as experiências da vida real.
Fonte: @ Veja Abril