No passado, os tapa-sexos eram usados para proteger a fertilidade dos cavaleiros, mas logo passaram a ser usados para adornar as partes íntimas dos homens, com charme e proeminência. Novas dificuldades surgiram com a invenção do microscópio e a imprensa.
No século XVI, o tapa-sexo já era uma peça fundamental no guarda-roupa de algumas personalidades, como os reis retratados por Hans Holbein, o Jovem. Em busca de uma solução estética para a protuberância viril, o pintor precisava encontrar uma maneira de destacar a região da virilha sem comprometer a seriedade da pintura.
O uso do tapa-sexo não apenas proporcionava uma proteção genital discreta, mas também garantia que a cobertura íntima do rei fosse respeitada na representação artística. Era um acessório íntimo que permitia aos artistas explorarem temas eróticos sem comprometer a decência exigida na época.
Impulsionando a popularidade do tapa-sexo
A invenção do tapa-sexo na Renascença trouxe consigo uma série de dificuldades e proeminências que moldaram a forma como os homens lidavam com a proteção genital e a cobertura íntima de suas partes viris. A partir da necessidade de ocultar projeções viris consideradas controversas para a época, surgiram os tapa-sexos, um acessório íntimo que rapidamente ganhou espaço na moda masculina da época.
Os tapa-sexos, originalmente feitos de aço para proteger a virilidade dos cavaleiros, passaram a evoluir para objetos de charme e extravagância, confeccionados com tecidos luxuosos e adornados com joias para enfatizar a fertilidade masculina. A proeminência desses acessórios íntimos era tal que até mesmo objetos úteis eram escondidos em seus compartimentos, tornando-os não apenas símbolos de virilidade, mas também de conveniência.
À medida que a moda evoluía e as roupas masculinas se tornavam mais reveladoras, os tapa-sexos se tornaram uma resposta inventiva para as ‘áreas que precisavam ser cobertas’, como descreve a historiadora Victoria Bartels. A nova tendência de vestimenta curta e justa exigia uma solução criativa para garantir a proteção genital adequada, levando os homens a explorar diferentes formas e tamanhos de tapa-sexos.
Com o passar dos anos, os tapa-sexos deixaram de ser simples triângulos de tecido para se transformarem em objetos fálicos de proporções exageradas, repletos de significados simbólicos e estéticos. A proeminência desses acessórios íntimos não se limitava apenas à sua função prática, mas se estendia ao status social e à expressão da virilidade masculina.
A era dos tapa-sexos chegou ao seu auge durante as Guerras Italianas, onde mercenários exibiam esses acessórios de forma superchamativa como parte de seu traje de combate. As exibições de masculinidade por meio dos tapa-sexos eram tanto objeto de ridicularização quanto de admiração, refletindo a complexidade das normas sociais da época.
À medida que a moda evoluía e os tapa-sexos começavam a cair em desuso, tendo sido reduzidos a proporções diminutas, surgiram novas tendências de vestimenta que destacavam outras partes do corpo. A era dos tapa-sexos, com toda sua extravagância e simbolismo, deixou um legado duradouro na moda masculina e na história da virilidade.
A fascinação contemporânea pelos tapa-sexos, exemplificada pelo retorno desses acessórios na alta costura e em produções audiovisuais, atesta a relevância cultural e histórica desses objetos íntimos. Ainda que os tapa-sexos modernos possam não alcançar as grandiosas proporções dos modelos renascentistas, sua presença na moda e na cultura popular continua a despertar interesse e curiosidade.
Fonte: © G1 – Globo Mundo